A Coreia do Norte está enfrentando uma crise alimentar de grandes proporções,  admitiu o ditador Kim Jong-Un. O país mais fechado do mundo é comandado sob a ideologia comunista e considerado o pior lugar para um cristão viver.

Uma reunião do Partido no último dia 14 de junho que contou com a presença de Kim teve como assunto o problema alimentar, que segundo o ditador, é consequência de tufões que atingiram o território norte-coreano em 2020.

“A situação alimentar das pessoas está ficando tensa”, disse ele aos principais líderes do Partido.

A organização Missão Portas Abertas, no entanto, avalia que a estratégia para barrar a entrada do novo coronavírus no país, com o fechamento completo das fronteiras, é que pode estar agravando a crise de alimentos.

Com o bloqueio, suprimentos necessários para a agricultura, como fertilizantes, pesticidas e outros produtos importados, não puderam entrar no país. Um dos principais fornecedores da Coreia do Norte é a China, epicentro da pandemia.

Kim, por sua vez, disse aos líderes do partido que há uma crise global e que o país não passou ileso. Não há informações oficiais sobre o número de cidadãos do país atingidos pela crise alimentar de 2021.

“A vigilância acirrada nas fronteiras também dificultou que ONGs enviassem comida para socorrer a população norte-coreana.  De acordo com a ONU, estima-se que 10 milhões de pessoas, ou seja 40% da população, precisem de ajuda alimentar urgente. Uma das consequências da escassez de alimentos é o aumento dos valores dos itens disponíveis. Um quilo de banana, por exemplo, está custando R$ 225”, informou a Portas Abertas.

A crise

Kim fez um alerta aos principais funcionários do governo sobre uma iminente “Marcha Árdua”, uma expressão que se refere ao período da grande fome que assolou o país na década de 1990.

Na época, estima-se que 3 milhões de pessoas morreram de desnutrição, com muitos norte-coreanos fugindo para países vizinhos em busca, basicamente, de comida.

O cenário de crise é tão intenso que muitas famílias optaram por vender suas casas para conseguir comprar comida, levando a uma explosão de desabrigados, que agora vivem em estações de trem ou mesmo nas ruas.

“É muito incomum que Kim Jong-un expresse publicamente as dificuldades da situação alimentar em uma reunião oficial e relatá-la à mídia central – os integrantes da família Kim são tratados como deuses na Coreia do Norte e raramente admitem problemas ou erros. É um sinal da gravidade da situação dentro da Coreia do Norte que o líder do país admita a crise que está enfrentando”, comentou Timothy Cho [nome fictício por razões de segurança], cristão norte-coreano refugiado e colaborador da Missão Portas Abertas.

A Coreia do Norte não aceita ajuda internacional com muita frequência. O país comunista valoriza a autossuficiência, e por isso hesita em fechar acordos com outras nações que oferecem ajuda.

“Se Kim continuar a rejeitar todo o apoio internacional disponível, em vez de se concentrar em armas nucleares, milhões de norte-coreanos comuns serão os que pagarão o preço”, lamentou Cho.

Uma das organizações com trabalho consistente de auxílio humanitário a refugiados norte-coreanos, a Missão Portas Abertas oferece alimentação, vestimenta, cuidados médicos e discipulado aos que conseguem escapar das garras do comunismo.

“Esses suprimentos vitais ajudarão a manter vivos nossos irmãos e irmãs que os recebem. Também sabemos que muitos cristãos norte-coreanos continuam uma prática conhecida como ‘arroz sagrado’, compartilhando o que eles têm, mesmo que não seja muito, com os necessitados. Suas orações e apoio significam a diferença entre a vida e a morte para aqueles que recebem esta ajuda”, finalizou Cho.





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