O escritor Daniel Mastral comunicou o falecimento de sua esposa, Isabela, após um infarto agudo do miocárdio. Em dezembro de 2018 o casal havia perdido o filho, Mikhael, que se suicidou após um grave quadro de depressão.

O relato de Mastral foi feito nas redes sociais na última segunda-feira, 31 de maio. Ele pontuou que Isabela, que era médica, sofria com depressão pós-traumática, assim como ele, desde a perda do filho.

Ficamos só eu e minha esposa. Ambos sendo tratados de depressão pós traumática. Quando um estava abatido, o outro estendia a mão. Melhor serem dois do que um. Porém, por razões que não compreendo, minha esposa foi tirada de mim. Ela estava bem e feliz! Porém, teve um rebaixamento (comum em quadros depressivos)”, contextualizou o escritor.

Antes de Isabela passar mal, o casal conversou, orou e cantou: “Ela queria dormir um pouco para ‘esquecer a dor’. Tomou sedativos, porém leves e corriqueiros. Porém, desta vez senti algo estranho; conversei com ela. Esteva bem e Lúcida. Adormeceu… Por precaução tirei a pressão dela, estava 14:8. Medi febre: normal. Pequei o oxímetro; marcava 92 de saturação e 85BPM. Tudo normal”, narrou.

“Minutos depois, decidi fazer nova checagem. Assim que posicionei o oxímetro estava em 85. Não chequei mais nada. Chamei a ambulância e fomos ao PS. […] Chegou no PS com parada. Tentaram reanima-la por 45 minutos. Sem êxito”, lamentou Daniel Mastral.

O escritor pediu orações para seguir em frente: “Este soldado que vos escreve está muito ferido, abatido. Mas, ainda não derrotado”.

Confira o relato na íntegra:

Isabela faleceu ontem, dia 30 de maio de 2021, as 17:15. Por parada cardiorrespiratória, por infarto agudo do miocárdio.

Éramos três. Três vidas que se completavam. Uma era suporte do outro. As lembranças que tenho são repletas de risadas, brincadeiras, e também muito amor e respeito. Nos completávamos. Estávamos sempre juntos. Desde saídas para passeios, como em casa; compartilhando um refeição, vendo um programa de TV, jogando vídeo game, ou simplesmente conversando. Muitas vezes, rindo de nós mesmos. Orávamos juntos, tínhamos nosso culto diário sempre realizado com muito zelo. Nossos abraços de família eram presentes diariamente, assim como a troca de palavras; “eu te amo!”.

De repente, sem aviso, meu filho entrou em depressão. Uma doença devastadora que corrói a alma por dentro. Por ser um enfermidade invisível muitos acham “frescura”. Porém, é um câncer na alma. Minha esposa também tinha. O último estágio da dor humana. Tratou por anos, até que entrou em remissão dos sintomas.

Mas, quando nosso príncipe adoeceu em 02 de maio de 2018. A sombra da depressão tornou a assombra-lá. Lutamos com todas nossas forças. Fizemos de tudo, oramos por ele e com ele. Buscamos ajuda terapêutica e médica. Ele teve suporte medicamentoso, acolhimento familiar, muitas orações e todo nosso amor. Infelizmente perdemos a batalha em 22.12.2018, quando o perdemos.

Ficamos só eu e minha esposa. Ambos sendo tratados de depressão pós traumática. Quando um estava abatido, o outro estendia a mão. Melhor serem dois do que um. Porém, por razões que não compreendo, minha esposa foi tirada de mim. Ela estava bem e feliz! Porém, teve um rebaixamento (comum em quadros depressivos). Conversamos, oramos, colocamos um louvor. Ela queria dormir um pouco para “esquecer a dor”. Tomou sedativos, porém leves e corriqueiros.

Porém, desta vez senti algo estranho; conversei com ela. Esteva bem e lúcida. Adormeceu… Por precaução tirei a pressão dela, estava 14:8. Medi febre: normal. Pequei o oxímetro; marcava 92 de saturação e 85BPM. Tudo normal. Minutos depois, decidi fazer nova checagem. Assim que posicionei o oxímetro estava em 85. Não chequei mais nada. Chamei a ambulância e fomos ao PS. Na ambulância, fui junto. Tentando ajudar o socorrista, em meios aos solavancos. Oxigênio e massagem cardíaca… mesmo assim chegou no PS com parada. Tentaram reanimar-la por 45 minutos. Sem êxito.

Perdi meu amigo… e agora minha parceira. A guerreia que sempre esteve ao meu lado. Como prosseguir? Ainda não sei. Vou tentar honrar meu compromisso e manter e mente ocupada… Mas, agora, mais do que nunca preciso de suas orações e tbm de “colo”… de Deus e de vcs… me sinto sozinho. A casa está silenciosa… não tenho mais com quem comentar os programas de TV… perder um filho é um pesadelo, perder também a esposa é como o pior dos pesadelos.

Conto com suas preces. Seu apoio. Compreensão, joelhos dobrados, mãos estendidas e que continuem nos ajudando a espalhar a mensagem da céu. Este soldado que vos escreve está muito ferido, abatido. Mas, ainda não derrotado.

Aos amigos e ovelhas responderei mensagens na medida do possível. Espero a compreensão.





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