Depois de alta de 40% nas ações, quais as perspectivas para a Suzano?

by @prflavionunes

A Suzano (SUZB3) espera que a forte recuperação dos preços da celulose impulsione o lucro e acelere a desalavancagem neste trimestre.

A oferta global de celulose está mais limitada com a retomada da demanda chinesa, depois que produtores com altos custos cortaram a produção em reação à queda dos preços causada pela pandemia. É uma boa notícia para empresas de baixo custo como a Suzano, que começou a reajustar seus preços para cima.

As ações da Suzano subiram cerca de 40% desde meados de setembro, acompanhando a alta dos preços.

“Os fundamentos se mostram mais favoráveis do que se pensava”, disse Carlos Anibal de Almeida Jr., diretor comercial de celulose da Suzano. “Os clientes entenderam que os fundamentos atuais justificam o ajuste de preço”, afirmou em entrevista à Bloomberg.

A empresa vem subindo os preços há meses consecutivos. O aumento mais recente foi na China, onde a Suzano cobrará 580 dólares pela tonelada da celulose de fibra curta a partir de fevereiro. Os preços, que caíram de 770 dólares em meados de 2018 para 440 dólares em agosto, podem voltar a 640 dólares no próximo trimestre na Ásia, disse Almeida, citando projeções de analistas.

Os preços também avançaram na Europa, que foi a região mais afetada pela queda da demanda no ano passado. Para janeiro, a Suzano elevou os preços europeus para 750 dólares em relação à média de 680 dólares de 2020. Enquanto outro aumento para a Europa já esteja em estudo, Almeida disse que consultores preveem que os preços vão subir para 850 dólares neste ano.

A queda do dólar também amortece o efeito de preços mais altos para clientes em ambas as regiões.

A alta dos preços tem um grande impacto na Suzano, já que a celulose responde por 90% do Ebitda, o maior peso entre os concorrentes, de acordo o JPMorgan Chase. O ganho das ações da empresa no último ano é mais que o dobro do registrado por um índice global de empresas do segmento de madeira e silvicultura.

“Como a mudança de mercado veio no final do ano passado, podemos ver o impacto nos resultados do primeiro trimestre”, disse o diretor financeiro, Marcelo Bacci, na mesma entrevista. Ele também acredita que os preços mais altos da celulose denominados em dólares tendem a acelerar a desalavancagem da empresa.

O aperto da oferta tem levado compradores a intensificarem as aquisições mensais além do volume previsto nos contratos a fim de se antecipar a novos aumentos, disse Almeida. Ele não quis comentar sobre os clientes da Suzano.

Na semana passada, o JPMorgan disse que algumas indústrias de celulose estão se negando a aceitar novos pedidos de compra de clientes pois seus estoques estão baixos. O espaço para clientes aumentarem o volume mensal de pedidos é limitado, disse Almeida.

“O que posso dizer é que a Suzano está cumprindo todos os contratos”, disse. A empresa planeja usar mais da capacidade de produção neste ano, embora o executivo não tenha comentado se esses planos poderiam ser expandidos, dada a recuperação global dos preços.

Produtores da América do Norte, onde os custos de produção são maiores do que no Brasil, operaram com margens apertadas ou negativas devido aos preços baixos e prolongados, aumento dos custos de logística e fraqueza do dólar, disse.

Isso fez com que algumas fábricas fechassem ou cortassem gastos com manutenção, o que levou a reduções inesperadas da produção, afirmou Almeida.

Fonte: Exame

Pr. Flávio Nunes

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