Líderes hindus de posicionamento ultranacionalista realizaram uma manifestação anticristã recentemente, defendendo a violência contra os seguidores de Jesus e incitando a invasão de templos.

Um relatório da entidade International Christian Concern (ICC) indicou que o ato, que reuniu pelo menos 500 pessoas e liderado por integrantes de destaque do partido formado por hindus ultranacionalistas Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês), pregava a caça aos cristãos.

“Vamos arrastar as pessoas da igreja e parar as conversões a qualquer custo”, disse Amit Sahu, presidente da unidade estadual do BJP, à multidão, desafiando-os a fazer da região de Bastar, no estado de Chhattisgarh, uma “área livre de conversões”.

“Vamos assustar os cristãos que estão envolvidos no trabalho de conversão na região”, disse Roop Singh Mandavi, outro líder estadual do BJP, na reunião. “Não permitiremos que o trabalho missionário seja realizado em Bastar e protegeremos a religião hindu impedindo as conversões”, acrescentou o extremista.

O pensamento ultranacionalista do BJP entende que ser indiano é ser hindu, e portanto, a presença de outras religiões é uma ameaça ao país, que tem a segunda maior população do mundo e é vizinho da China.

Atualmente, os cristãos representam 2,5% da população indiana, e os hindus somam 79,5%, de acordo com informações do portal The Christian Post.

Embora tenha atraído uma multidão menor do que a retratada antes, a manifestação espalhou o medo entre os cristãos locais: “Respiramos fundo depois de ver o pobre show em público”, disse um líder cristão de Chhattisgarh.

“Esperava-se que 10 mil a 12 mil pessoas comparecessem ao comício. Isso foi muito preocupante, mas menos de 500 pessoas compareceram”, ponderou.

Um pastor da área de Jagdalpur acrescentou: “Embora a manifestação não tenha tido sucesso em termos de números, os ativistas [ultra-nacionalistas hindus] serão mais agressivos. É seu plano fazer programas de reconversão, especialmente nas aldeias e lugares do interior. Não saberemos sobre esses incidentes de perseguição por causa do afastamento dessas áreas. Só Deus pode salvar Seu povo”.

A perseguição não se dá apenas no campo político. Autoridades, como o superintendente da polícia do distrito de Sukma, região vizinha a Bastar, têm agido para impedir que os cristãos coloquem sua fé em prática e preguem o Evangelho.

Recentemente, o superintendente da Polícia emitiu uma circular para todas as delegacias instruindo os oficiais a vigiarem a comunidade cristã do distrito e caçarem casos de conversões religiosas “fraudulentas” e agir contra os cristãos onde essas atividades fossem encontradas.

Além disso, a ICC relatou anteriormente que diversos outros incidentes de intimidação, ameaças e agressões contra os cristãos de Sukma vêm sendo relatados desde a orientação de vigilância da Polícia foi enviada aos oficiais.

A Índia é apontada pela Missão Portas Abertas como o décimo país mais hostil do mundo para um cristão viver, o que significa um cenário de grave perseguição.

A Evangelical Fellowship of India produziu um relatório em que documenta 145 casos de atrocidades contra cristãos – três assassinatos, 22 ataques a igrejas e 20 casos de ostracismo ou boicote social em áreas rurais – no primeiro semestre deste ano.

“A violência, detalhada no relatório, em si foi cruel, generalizada e variou de assassinato a ataques a igrejas, casos falsos, imunidade policial e conivência, e agora a exclusão social normalizada ou boicote que está se tornando rotina”, diz o relatório.





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