O pastor sino-americano Bob Fu usou recentemente suas redes sociais para denunciar uma “Nova Revolução Cultural” iniciada pelo Partido Comunista Chinês ordenando a caça de “livros religiosos, livros antagônicos e livros estrangeiros, incluindo livros e vídeos que são copiados/duplicados e traduzidos”.

A iniciativa junto aos alunos de uma classe de 1ª série exigindo que todos os pais e professores cacem todos os livros foi denunciada por Bob Fu através do Twitter, com um exemplar do panfleto usado pelo governo para convocar os cidadãos.

Bob Fu vive nos Estados Unidos e é ligado à entidade China Aid, que fornece assistência jurídica aos cristãos na China: “Este aviso aos alunos de uma turma da 1ª série exige que os pais e professores procurem todos os ‘livros religiosos, livros antagônicos e livros estrangeiros, incluindo livros e vídeos que são copiados/duplicados e traduzidos’. Todos são obrigados!”, escreveu.

Em outro tweet, indicou o link de um vídeo no YouTube em que fiéis de uma igreja permitida – e controlada – pelo Partido Comunista Chinês cantam em louvor ao comunismo: “O PCCh controla a ‘igreja tríplice’ [obrigando-a] cantar ‘Sem o Partido Comunista, não haveria uma nova China’. O coro agita bandeiras do Partido Comunista no púlpito. #Fakechurch […] O Senhor é nosso Caminho, Verdade e Vida. João 14:6”, ele tuitou.

O correspondente internacional da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), Gary Lane, publicou reportagem indicando que este não é apenas mais um esforço do Partido Comunista Chinês para doutrinar estudantes, mas também está tentando evitar interrupções para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que serão realizados em Pequim em fevereiro próximo.

“Temos uma Olimpíada chegando e o governo comunista chinês não quer nenhuma interrupção para as Olimpíadas”, disse Lane durante um programa da última segunda-feira, 28 de junho.

“Eles realmente temem que possam haver protestos, um movimento pró-democracia acontecendo, e assim por diante, antes das Olimpíadas e durante as Olimpíadas. Portanto, isso envia uma mensagem aos pais. ‘Olha, nenhuma influência externa. Não queremos nenhum conluio com estrangeiros aqui’, porque eles sabem que os estrangeiros são pró-democracia”, explicou Lane.

O jornalista acrescentou que a iniciativa cumpre dois objetivos de forma sutil: “Eles estão doutrinando estudantes, mas também têm como alvo não apenas os jovens da China, mas também enviando uma mensagem aos adultos”.

Nova revolução cultural

Lane explicou que essa “nova revolução cultural” difere da revolução cultural de Mao na década de 1960 porque mira na população, hoje bem maior e mais urbana que a de décadas atrás.

“A revolução cultural de Mao de 1966 a 1979 teve como alvo muitos intelectuais. Qualquer um que ele considerasse um oponente do comunismo. Foi muito violento naquela época. Ele tinha gangues de jovens que cercavam as pessoas e elas eram jogadas na prisão. Houve massacres. Até 20 milhões de pessoas podem ter sido mortas por Mao durante a revolução cultural”, recapitulou o jornalista.

Sob esse aspecto, a iniciativa do governo liderado por Xi Jinping “é menos violenta”, até por conta do fato que todo o planeta está de olho no país. “Esta é uma revolução silenciosa que está acontecendo dentro da China”, disse o jornalista, acrescentando que algo semelhante está acontecendo em Hong Kong, onde o jornal Apple Daily, independente, foi fechado em 24 de junho pelo governo.

“Sete de seus editores e líderes foram presos por conluio estrangeiro. O fundador do jornal, Jimmy Lai, também foi preso. Isso é muito sério. Um jornal pró-democracia, a única voz remanescente da democracia em Hong Kong. Os editores cercados. Fundador na prisão e não há mais impressão em Hong Kong. Isso mostra que o Partido Comunista está totalmente no controle lá. Precisamos orar por Hong Kong, porque ‘um país, dois sistemas’, não existe mais”, finaliziou o jornalista.

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