O ministro Marco Aurélio Mello participou de sua última sessão no plenário do Supremo Tribunal Federal e revelou sua torcida para que o presidente Jair Bolsonaro indique o pastor André Mendonça para substituí-lo.

Marco Aurélio se aposentará no próximo dia 12 de julho, quando completará 75 anos de idade e, pela lei, deve deixar o cargo. Ele participou de uma sessão de despedida no STF e agradeceu o discurso feito por Mendonça, que é o atual advogado-geral da União (AGU).

“A presença, hoje, com palavras muito amáveis, do doutor André Mendonça, que tem a minha torcida para substituir-me no Supremo”, disse Marco Aurélio, enquanto agradecia os discursos em sua homenagem.

Em sua fala, o ministro enviou recados aos colegas de STF, com quem vêm divergindo ao longo dos últimos anos. Por essa característica afeita ao debate, Mendonça elogiou a “audácia” de Marco Aurélio Mello ao longo dos 31 anos em que atuou na Corte constitucional do país.

“Muitas das vezes ouvíamos que a posição do ministro não prevaleceu no Plenário, mas quantas vezes a posição minoritária se transformou em majoritária ao longo dos anos? Vossa excelência está perdoado pela audácia de se destacar, mas estamos agradecidos pois vossa audácia e destaque enalteceu o STF”, declarou Mendonça.

Augusto Aras, procurador-geral da República, também discursou em homenagem ao ministro e afirmou que ele “honrou o Judiciário com mais de 31 anos dedicados à mais alta Corte judicial do país” e destacou o “legado de competência, intrepidez e profundo zelo não só pela manutenção, mas pelo desenvolvimento e aprimoramento da ordem jurídica, sobretudo a Constitucional”.

A manifestação fez Marco Aurélio dizer ao PGR que se sentiria “muito honrado” caso Aras fosse escolhido para a sua cadeira, na hipótese de André Mendonça não ser indicado, segundo informações do jornal O Globo.

“O que disse em relação ao doutor André, falo quanto ao doutor Augusto Aras. Seria uma honra para mim muito grande vê-lo ocupando a cadeira que deixo no Supremo”,  declarou.

Farpas

No final de sua fala, o ministro citou os colegas de toga e alfinetou alguns deles: “O Supremo é a composição atual, e aí devo agradecer a convivência com vossa excelência, presidente, ministro Luiz Fux”, disse.

Em seguida, destacou “a convivência judicante com o ministro Gilmar Mendes – e apenas judicante” e acrescentou: “A convivência fraternal com o ministro Ricardo Lewandowski, com a nossa mascarada, pelo menos na telinha, ministra Cármen Lúcia”, provocou Marco Aurélio Mello, ironizando o fato de que a ex-presidente do STF estava usando máscara de proteção contra a covid-19 mesmo participando via teleconferência.

É possível que Bolsonaro indique o nome do jurista que irá substituir Marco Aurélio apenas em agosto, usando o tempo até lá para contornar a resistência de parte dos senadores da oposição ao nome do advogado-geral da União.





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