Os animais têm uma alma?

by @prflavionunes

por Artigo compilado – sex ago 21, 12:48 pm

 

ANIMAIS TEM ALMA? É PECADO COMER CARNE DE PORCO OU SANGUE?

Para respondermos essa pergunta, faz-se necessário conceituar, previamente, a palavra “alma”, tarefa não muito fácil, tendo em vista que, na Bí­blia, esse termo tem significados di­versos. O Dicionário de Teologia, de pastor Claudionor de Andrade, define alma, com base nas Escrituras, como “o espírito, a vida, a pessoa e o san­gue […] a teologia e a filosofia [usam- no] para descrever o aspecto espiritu­al do ser humano”.

Os animais têm alma, mas somen­te no sentido de que eles possuem “fô­lego” ou “respiração vital” (Ec 3.20-21; Gn 6.17; 7.15; 7.22). Isso não quer di­zer, como defendem os transmigrassionistas, que os animais tenham alma imortal. As Escrituras Sagradas revelam que Deus se importa com os animais (Mt 10.29). O pacto mosaico inclui o cuidado com os animais (Gn 9-10-11) e a Lei Sabática incluía o descanso para os animais (Ex 20.10).

No Antigo Testamento, havia uma ordem expressa para que alguns animais não fossem comidos, pois eram imundos (Dt 14.1-20). No Novo Testamento, as proibições relativas a animais limpos e imundos foram removidas (1Tm 4.4).

No tocante aos sacrifícios, o boi, a vaca, a ovelha, o touro, o bode, a cabra, o cabrito, o carneiro e o cordeiro podiam ser usados nos sacrifícios do Antigo Testamento (Lv 22.24). Quanto à alimentação, a Bíblia permite a ingestão de came e condena o ascetismo que a proí­be (lTm 4.3-4). Além do mais, alguns nutricionistas defendem que a carne é a melhor fonte de proteínas, e que o siste­ma humano não se dá bem com uma dieta estritamente vegetariana.

A alimentação de animais impuros no Antigo Testamento, do porco, por exemplo, foi suspensa (Rm 14; Cl 2.16; Tt 1.15 e 1Tm 4.4). O Concílio de Jeru­salém, porém, persistiu com algumas proibições. A recomendação do apósto­lo Tiago aos gentios foi de que se abstivessem “das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15.20).

Em suma, conforme podemos nos pautar nas Sagradas Escrituras, os ani­mais, mesmo tendo o cuidado e provi­são de Deus, não são um fim em si mesmos, e foram criados também para o bem-estar dos seres humanos. A alma do animal é o seu sangue – a vida ani­mal (Lv 17.11-14). Ele não tem um espí­rito imortal que o faça entrar em intimi­dade com o Criador. Deus permitiu que os animais fossem usados para alimen­tação dos homens, bem como para os sacrifícios na Antiga Aliança. Alguns ani­mais, tidos como impuros e proibidos para os judeus, deixaram de assim o ser para os cristãos gentios, ressalvando a questão do escândalo (1Co 8.9-13).

Quanto ao texto de Atos 15.20, o objetivo central da declaração do após­tolo é evitar a discórdia na igreja. Nesse contexto, a abstenção do sangue e da came sufocada deve ocorrer. A relação da prostituição com as práticas alimen­tares tem uma razão contextual, pois o mundo grego e romano fazia relação es­treita entre as festas pagãs, a alimenta­ção oferecida aos ídolos e a prática da imoralidade sexual.

Mesmo que a salvação não dependa dessas práticas, pois “pela graça sois sal­vos” (Ef 2.8-9), os cristãos precisam evitar “toda a aparência do mal” (1Ts 5.22).

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Martim Alves da Silva, FONTE: REVISTA “A RESPOSTA FIEL” ANO 3 – N°10

Cada autor é responsável pelo conteúdo do artigo.

Pr. Flávio Nunes

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