Os Falsos Mestres e Doutores – CACP

by @prflavionunes


por Artigo compilado – qui jun 24, 2:48 pm

A Igreja tem enfrentado perigos e sofrido ameaças as mais diversas ao longo da sua história. No princí­pio Satanás usou os governantes déspotas, principalmente os impe­radores romanos, com o fito de des­truir a Igreja. Nesse período da his­tória, a começar com o martírio de Estêvão (At 7.59), milhares de fiéis discípulos de Jesus foram mortos por causa da fé que professavam. Deus, porém, reverteu os intentos do Diabo, transformando as perse­guições numa das principais causas do triunfo da Igreja. Os próprios im­peradores, patrocinadores das per­seguições à Igreja, foram forçados a constatar que o sangue dos cristãos que ensopava a areia das arenas, era como semente lançada em terra fértil. Sucumbia um cristão fiel e isto se transformava em elemento germinador de novos cristãos.

Vendo frustrados os seus intentos de destruir a Igreja por meio da perseguição, Satanás lança mão doutra arma, segundo ele desta vez infalível. Ele semeou o joio das heresias no meio do trigal de Deus (Mt 13.39).

FALSOS PROFETAS NO AN­TIGO TESTAMENTO (v.1)

Profetas do embuste (Êx caps. 7 e 8). Toda a grande verdade de Deus sofre a oposição duma men­tira paralela. Moisés teve de enfren­tar esta realidade cedo no seu ministério de libertação no Egito. Note que os magos do Egito, que assis­tiam junto a Faraó, repetiram a dois dos milagres operados por Deus através do seu servo Moisés. Assim como Moisés, pela magia eles foram capazes de transformar água em sangue, e de reproduzir a praga das rãs (Êx 7.20-22; 8.7). Porém, inca­pazes de reproduzir a praga dos pio­lhos, foram forçados a reconhecer que os milagres operados através de Moisés, eram resultantes da ação do “dedo de Deus” (Êx 8.18,19).

Profetas do desânimo (Nm 13.31-33). Após vários dias de pere­grinação dos filhos de Israel, ao lon­go do deserto de Parã, por orienta­ção de Deus, Moisés enviou doze es­pias para inspecionarem a terra (Canaã) a ser conquistada. Após vasculharem a terra, todos foram unânimes em afirmar que a terra percorrida “verdadeiramente mana leite e mel.” E como prova da abun­dância da terra, trouxeram a Moisés um grande cacho de uva ali colhido (Nm 13.27). Todos estavam de acor­do de que as cidades da terra a ser conquistada, eram guarnecidas por grossas muralhas, e que entre os seus habitantes havia os filhos de Anaque, uma raça de gigantes que precisavam ser vencidos para que a terra fosse tomada. Até aí tudo bem. Porém, ao contrário de Josué e Calebe, os outros dez espias envia­dos, disseram a Moisés e à congregação dos filhos de Israel: “Não po­deremos subir contra aquele povo, porque é mais forte que nós… A ter­ra, pelo meio da qual passamos a es­piar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigan­tes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos nós aos seus olhos.” (Nm 13.31-33).

Profetas da mentira (1 Rs 22.3-8). Tendo de lutar contra o rei da Síria, Acabe buscou e achou apoio na pessoa de Josafá, rei de Judá. Porém, antes de partir para o campo de batalha, disse Josafá ao rei Acabe, rei de Israel: “Consulta, porém, primeiro hoje a palavra do Senhor” (1 Rs 22.5). Então o rei de Israel ajuntou cerca de quase qua­trocentos profetas, e lhes pergun­tou: “Irei à peleja contra Ramote de Gileade, ou deixarei de ir? E eles disseram: Sobe, porque o Senhor a entregará na mão do rei” (1 Rs 22.6).

Era grande o coral dos profetas de Acabe, porém, por razões que o texto bíblico silencia, Josafá inda­ga: “Não há aqui ainda algum pro­feta do Senhor, ao qual possamos consultar?” (1 Rs 22.7). É evidente que havia um profeta do Senhor, que não estava naquela reunião, a quem Acabe conhecia mui bem, po­rém o detestava. Por quê? Respon­deu Acabe a Josafá: “Ainda há um homem por quem podemos consul­tar ao Senhor; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, mas só mal; este é Micaías, fi­lho de Inlá” (1 Rs 22.8).

Micaías era “impopular” como profeta junto ao rei Acabe. É que ele não se deixou levar pelo “discurso” da maioria, que a despeito de saber que o monarca vivia em aberto e de­clarado pecado, ainda assim só “profetizavam” o bem a seu respei­to.

UM FUTURO SOMBRIO (2 Pe 2.1-3)

O apóstolo Pedro, bem como os apóstolos João, Judas e Paulo, pelos olhos do Espírito, previram dias sombrios quanto ao futuro da Igre­ja. Estes apóstolos do Senhor Jesus Cristo vislumbraram o surgimento dos falsos profetas e o estrago espiri­tual que eles causariam no meio do rebanho do Senhor.

Os falsos mestres sob a pers­pectiva de Pedro. Quanto ao surgi­mento dos falsos mestres nos ar­raiais cristãos, previu o apóstolo Pe­dro: “…entre vós surgirão… falsos doutores” (v.l). Quanto ao que eles farão e o que lhes sucederá, diz o apóstolo que: a) Eles introduzirão encobertamente heresias de perdi­ção no meio do rebanho (v.l); b) Eles negarão o Senhor que os resga­tou (v.l). Note que a algum tempo eles experimentaram o resgate pelo sangue de Jesus, c) Eles sofrerão re­pentina perdição (v.l); d) Muitos seguirão as suas dissoluções (v.2); e) Eles blasfemarão o caminho da ver­dade (v.2); f) Farão negociata en­volvendo o povo de Deus como se esse fosse objeto e negócio de venda (v.3).

Os falsos mestres sob a perspectiva de João (1 Jo 4.1-6). A de­fesa da verdade alcançou ó seu apo­geu nos escritos do apóstolo João. De forma especial o seu Evangelho, respondeu às principais questões le­vantadas pelo gnosticismo, acentuadamente quanto à divindade de Jesus Cristo.

O Gnosticismo. Palavra oriunda de “gnosis” (=conhecimento), gnosticismo é o nome comum aplicado a várias escolas de pensa­mento que surgiram nos primeiros séculos da era cristã. No que tange a gnósis cristã, isto se refere à tentati­va de incluir o cristianismo num sistema geral filosófico-religioso. Os elementos mais marcantes neste sistema eram certas especulações místicas e cosmológicas, além da doutrina da salvação salientando o livramento do espírito de sua servi­dão à matéria. Como religião, o gnosticismo tinha seus próprios mistérios e cerimônias sacramen­tais, além duma ética que pregava ou o ascetismo ou a libertinagem.

Possíveis origens do gnosticis­mo. A maioria dos Pais da Igreja concorda que o gnosticismo iniciou com Simão, o mágico de Atos 8. Se­gundo um certo Hegesipo. citado por Eusébio numa de suas obras, o gnosticismo principiou entre certas seitas judaicas.

Os falsos mestres sob a pers­pectiva de Paulo (1 Tm 4.1-5). É realmente surpreendente a exatidão do cumprimento desta profecia de Paulo quanto ao surgimento da apostasia e abandono da fé, devido a ação deletéria dos falsos mestres e profetas da mentira. Segundo Pau­lo, estes são “homens que falam mentiras tendo cauterizado a sua própria consciência.”

Os falsos mestres sob a pers­pectiva de Judas (vv.3-19). Note a harmonia entre estes dezesseis versículos, do único capitulo da Epístola de Judas e o texto de 2 Pe­dro 2.1-3,11-20, usado como texto para leitura bíblica em classe, desta lição. Isto não se dá por um mero acaso. Pelo fato da Epístola de Ju­das ter sido escrita mais ou menos seis anos após a Segunda Epístola de Pedro, a idéia que nos vem à mente é que Judas tenha lido essa Epístola antes, e tenha tomado a mesma linha de pensamento deste apóstolo. Além do mais, não devemos nos esquecer que tendo estes dois apóstolos vivido num mesmo período da história da Igreja, era natural que eles encarassem os mes­mos problemas na área da doutrina, pelo que demonstraram igual zelo ao combater os falsos mestres e os seus ensinos,.

III. OS FALSOS PROFETAS HOJE

As principais doutrinas inventa­das e difundidas pelos falsos profe­tas e mestres, normalmente giram em torno da pessoa e obra de Jesus Cristo. O que os falsos profetas creem quanto à pessoa de Jesus Cristo, exerce forte influência no que eles creem quanto à Bíblia, ao pecado, à redenção, e ao porvir.

A pessoa de Jesus Cristo. Desde o princípio da Igreja, com ex­ceção dos apóstolos e daqueles que realmente conhecem a Jesus, cada homem se vê no direito de pensar e responder a seu modo à pergunta: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” (Mt 16.13).

Alguns que o viam citando a lei e confirmando-a, simplesmente di­ziam: “Este é Moisés”. Outros que testemunhavam o seu zelo em con­verter os homens ao único e verda­deiro Deus, simplesmente respon­diam: “Este, sem dúvida, é Elias”. Outros que O viam chorar apaixonadamente sobre cidades impenitentes, diziam: “Este é Jeremias”. E outros que O viam pregar o arre­pendimento, confessavam a seu res­peito: “Este é João Batista”. So­mente Simão Pedro respondeu por revelação do Espírito divino: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16.16).

Um sinal dos tempos. O ensi­no deturpado a respeito de Cristo tem se constituído num dos mais evidentes sinais dos tempos.

O futuro dos falsos profetas. Pedro descreve os falsos profetas e mestres usando os mais diferentes adjetivos. Aponta-os como desobe­dientes às autoridades, blasfemadores da verdade, nódoas, tendo os olhos cheios de pecados, exercitados na avareza, filhos da perdição, se­guidores do caminho de Balaão, ser­vos da corrupção. A estes que estão carregados de tanto pecado, 2 Pedro 2.4, assegura que “se Deus não per­doou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, fi­cando reservados para juízo”, sobre os falsos mestres virão o juízo e o castigo divinos.

Quanto a nós, exorta-nos Judas “a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd v.3).

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LIÇÕES BÍBLICAS – CPAD – 1986

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