Pessoas em asilos e seus cuidadores serão os primeiros a ser vacinados na Espanha

by @prflavionunes

As pessoas que vivem em residências para idosos ou pessoas com deficiência e seus cuidadores (profissionais de saúde e assistência social) serão os primeiros a receber as vacinas contra a covid-19 na Espanha. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo ministro da Saúde, Salvador Illa, após uma reunião do Conselho de Ministros, em que apresentou o plano para imunizar a população espanhola. A vacina será gratuita, voluntária e distribuída em centros de saúde e consultórios.

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O Ministério da Saúde da Espanha prevê que as primeiras doses cheguem em janeiro, quando a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários tiver aprovado os imunizantes que já estão em processo de análise. Começará então a vacinação por grupos prioritários da população: depois dos idosos em asilos e seus cuidadores, o segundo grupo serão os profissionais de saúde da linha de frente, seguidos pelos demais profissionais do setor e de assistência social na área da saúde. Em quarto lugar virão os idosos dependentes que não vivem em asilos e pessoas com deficiência que precisam de intensas medias de apoio. Ao todo, 2,5 milhões de pessoas receberão a imunização entre janeiro e março, se forem cumpridos os prazos previstos pelo Governo.

O ministério trabalhou durante dois meses nesse plano, no qual foram estabelecidos 18 grupos populacionais em função de quatro critérios de risco: morbidade grave e mortalidade, exposição à doença, impacto socioeconômico e transmissão da doença. “Primeiro [serão vacinados] sempre os mais vulneráveis”, apontou Illa. “Foi estabelecido um marco ético em que prevalecem os princípios de igualdade, dignidade de direitos, necessidade, equidade, proteção das pessoas com deficiência e dos menores, benefício social e reciprocidade”, acrescentou o ministro, que não revelou quais são os outros 14 grupos de priorização. “Vamos divulgá-los oportunamente”, afirmou.

O Ministério da Saúde da Espanha, através da União Europeia, já firmou ou está finalizando contratos com seis farmacêuticas (AstraZeneca, Sanofi-GSK, Janssen, BioNTech-Pfizer, CureVac e Moderna). A Espanha receberá 140 milhões de doses, que equivalem a 80 milhões de imunizações (a maioria requer duas doses), quase o dobro da população. Essa margem foi prevista para que haja doses suficientes caso os experimentos de alguma vacina falhem ou sofram atrasos, para potencializar a produção e para que possam ser beneficiados os países em desenvolvimento.

A primeira etapa (entre janeiro e março) depende da aprovação final das vacinas, já que, até agora, nenhuma delas recebeu o sinal verde das autoridades sanitárias. A segunda etapa duraria até junho. Nela, continuaria avançando a vacinação de grupos de risco, previsivelmente idosos e pessoas com patologias, embora o Governo espanhol mantenha segredo sobre isso. O restante da população receberia a vacina posteriormente, quando já estiverem imunizadas as pessoas mais vulneráveis. Embora o Ministério da Saúde garanta que tem um plano de vacinação, não divulgou mais detalhes sobre o assunto nem explicou por que considera que não é o momento de anunciá-lo em sua totalidade.

A vacina contra a covid-19 será a 15ª do calendário de vacinação espanhol e será voluntária, como acontece com as demais. “É tão segura quanto todas as outras”, ressaltou o ministro, que confia na solidariedade dos espanhóis para que a vacina não tenha de ser obrigatória e alcance a maioria da população, de modo que possa ser reduzido o impacto da pandemia.

Como já adiantou o presidente do Governo (primeiro-ministro), Pedro Sánchez, a vacina será gratuita, distribuída nos 13.000 centros de saúde e consultórios do Sistema Nacional de Saúde. Antes de começar a vacinação, o Ministério da Saúde lançará um plano de comunicação dirigido primeiro aos profissionais de saúde, os encarregados de administrar o imunizante, e depois será ampliado para o restante da população.

O objetivo geral da Estratégia de Vacinação contra a covid-19 na Espanha é “reduzir a morbidade e a mortalidade causadas por essa doença, protegendo os grupos mais vulneráveis por meio da vacinação contra a covid-19 em um contexto de disponibilidade progressiva de vacinas”. As linhas gerais da estratégia podem ser lidas abaixo, em espanhol.

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