PIB de 2020 no Brasil cai 4,1% com pandemia, o pior resultado em 24 anos

by @prflavionunes

Mais informações

A pandemia da covid-19 derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 que registrou uma queda de 4,1% no ano passado, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração causada pelo confinamento social e a redução da atividade econômica foi atenuada pelas 9 parcelas de auxílio emergencial entre 300 e 600 reais no ano passado, mas provocou uma queda significativa no PIB, que alcançou seu pior resultado desde 1996. No quarto trimestre, no entanto, a soma das riquezas produzidas no país apontou uma recuperação das perdas anteriores, com crescimento de 3,2% em comparação aos três meses anteriores, numa melhora que já tinha sido observada no trimestre anterior, quando a economia cresceu 7,7%, em comparação ao período de abril a junho do ano passado. O PIB totalizou 7,4 trilhões de reais em 2020. O PIB de 2019 registrou um minguado crescimento de 1,1%.

O quadro econômico do Brasil foi desestruturado pela pandemia, que chegou a um desemprego de 14,6% entre julho e setembro, quando o isolamento social e a retração da economia com a pandemia da covid-19 reduziu a oferta de postos de trabalho. Um dos setores mais impactados foi o de construção, com uma queda de 7% da atividade. Também a indústria de transformação, que engloba o setor automotivo, metalúrgico e de vestuário, registrou queda de 4,3% no ano. A economia na corda bamba no mundo todo afetou também o setor externo. O país registrou queda das exportações e importações – 1,8% e 10%, respectivamente.

Em setembro, porém, houve uma redução no quadro de mortes por coronavírus – caíram de uma média diária de 1000 para 800 — o que levou a população a enxergar uma luz no fim do túnel. A partir dali, a indústria e serviços tiveram variação positiva de 1,9% e 2,7%, respectivamente, sendo que a indústria de transformação avançou 4,9%. Até o desemprego recuou, caindo de 14,6%, para 13,9%. No final do ano o país contava com 13,4 milhões de desempregados.

Na evolução dos trimestres, os últimos três meses do ano mostravam uma redução do impacto da pandemia. Depois da queda abrupta de 10,9% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, o terceiro trimestre registrou queda de 3,9% e de setembro a dezembro o recuo foi de 1,1%.

A taxa de investimento em 2020 chegou a 16,4% do PIB, melhor do que no ano anterior, quando os recursos investidos na economia foi equivalente a 15,4% do PIB. Entram nessa conta o investimento em maquinários e na expansão de negócios. O consumo das famílias, por sua vez, caiu 5,5% comparado ao ano anterior, como reflexo da pandemia. Também o Governo apertou os cintos e teve um consumo 4,7% menor neste ano.

Apoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui

A dúvida, a partir de agora, é como o país vai reagir nestes primeiros meses de 2021. Com a guarda baixa para a covid-19, as festas de final de ano se multiplicaram e os números de infectados por covid-19 explodiram outra vez. O número de mortes voltou com força numa segunda onda, e tem batido recordes diariamente. Nesta quarta, foram mais de 1.600 mortes, o pior resultado desde o início da pandemia. Hoje grande parte dos governadores pressionam por restrições mais severas, o que deixa em aberto as consequências para a economia neste primeiro trimestre. Ao mesmo tempo, o auxílio emergencial deve voltar no valor de 200 reais, bem abaixo dos 600 reais pagos no início da pandemia.

O PIB per capita alcançou 35.172 em 2020, um recuo, em termos reais, de 4,8%, a menor marca dede o início da série histórica em 1996.

Postagens Relacionadas

Leave a Comment

Chat Aberto
Posso lhe ajudar?