Prefeitura de São Paulo autoriza retorno presencial das aulas apenas para o ensino médio

by @prflavionunes

A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, por meio de entrevista coletiva virtual, os resultados do inquérito sorológico feito nas escolas municipais da cidade durante os últimos meses de pandemia da covid-19. Com os auxílios da Secretaria Municipal de Educação (SME) e da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), foram testados mais de 75.000 crianças, adolescentes, professores e profissionais da educação que integram a rede pública do ensino da capital paulista. Destes, os exames 9.817 pessoas deram positivos para o novo coronavírus, dos quais cerca de 65% são alunos e 70% são assintomáticos.

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Com base nesses resultados, especialmente a porcentagem de positivos e de assintomáticos, a SME não recomenda o retorno presencial às aulas em São Paulo neste momento. Nas palavras do secretário Edson Aparecido, “não é oportuna a volta integral das atividades escolares. Recomendamos a manutenção das atividades extracurriculares de forma voluntária para crianças de até 14 anos”. Outros fatores pesaram para a decisão, de acordo com Aparecido, como a convivência que muitas crianças tem com familiares idosos — a parte da população mais vulnerável ao novo coronavírus — e a experiência de países europeus, como a França, a Espanha e o Reino Unido, que observaram um aumento de contágios após reabrirem suas escolas.

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Seguindo as recomendações de sua equipe de saúde, o prefeito Bruno Covas anunciou que os ensinos infantil e fundamental seguem vetados do retorno presencial, a exceção das atividades extracurriculares optativas. No entanto, o mesmo não vale para os estudantes da 1ª, 2ª e 3ª série do ensino médio. Para estes, está liberado a volta às aulas presenciais, a partir de 3 de novembro, para escolas municipais, estaduais e privadas de São Paulo. Ela é feita de forma voluntária, de acordo com autorização dos pais, e seguindo protocolos sanitários já estabelecidos.

A justificativa para o retorno apenas do ensino médio, segundo o secretário Aparecido, está na diferença de comportamento entre as crianças até 14 anos e os adolescentes nos últimos anos da escola. “A população da faixa etária do ensino médio já circula pela cidade, diferente das crianças do ensino fundamental e infantil, que tem um convívio mais permanente com os familiares. Por isso, a volta dessas aulas não teria impacto na transmissibilidade de novos casos do município”, argumentou.

No censo escolar realizado em parceria com a SME, foram testados 65.400 crianças e adolescentes de 9 a 19 anos, professores e profissionais, dos quais 8.612 deram positivo (13,2%). 66% destes positivos são alunos. Já no censo feito entre crianças de 6 a 14 anos e profissionais dos CCAs (Centro da Criança e do Adolescente), com auxílio da SMADS, foram 1.205 casos positivos (10%) entre 12.080 testados. Destes, 64,5% são estudantes.

Novos resultados dos inquéritos sorológicos devem ser divulgados durante o próximo mês. Por isso, Bruno Covas já agendou uma nova coletiva para tratar da educação municipal para o dia 19 de novembro, quando serão avaliadas novas medidas da Prefeitura de acordo com os relatórios mais recentes e a evolução da pandemia de covid-19 em São Paulo.

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