O corpo docente de uma universidade cristã de 130 anos no estado de Washington deu um voto de “não confiança” nesta semana em seu conselho de curadores, depois que este último apoiou a prática de contratação da escola e afirmou o ensino bíblico sobre sexualidade.
Quase três quartos (72 por cento) do corpo docente da Seattle Pacific University (SPU) votaram a favor da proposta de “não confiança”, enquanto 22 por cento votaram contra, de acordo com o The Seattle Times. Cerca de 90 por cento dos professores participaram da votação.
O manual do funcionário diz que os professores “devem se abster de … comportamento sexualmente imoral que seja inconsistente com os padrões bíblicos, incluindo coabitação e atividade sexual extraconjugal”, de acordo com o jornal. Uma “ Declaração sobre Sexualidade Humana ” da universidade diz: “Afirmamos que a experiência sexual é pretendida entre um homem e uma mulher”.
A universidade, localizada em Seattle, foi fundada em 1891 pela Igreja Metodista Livre e tem cerca de 3.600 alunos. Sua declaração de missão diz, em parte, que é uma “universidade cristã totalmente comprometida com o engajamento da cultura”.
“Acreditamos que este é o ensino antigo e histórico das escrituras e tradições cristãs, incluindo o ensino da denominação fundadora de Seattle Pacific, a Igreja Metodista Livre”, diz a Declaração sobre Sexualidade Humana.
A polêmica começou em janeiro, quando Jéaux Rinedah, professor adjunto de enfermagem, alegou em um processo que lhe foi negado um cargo de professor em tempo integral por ser gay.
O Senado do corpo docente disse em um comunicado na segunda-feira: “A decisão do Conselho de manter a política de contratação discriminatória da SPU relacionada à sexualidade humana, bem como sua maneira de entregar essa decisão, compeliu lamentavelmente o corpo docente da SPU a aprovar um voto de não confiança no Conselho de Curadores da SPU. ”
Na semana passada, o Conselho de Curadores disse que não mudaria o manual do funcionário ou as práticas de contratação. Cedric Davis, o presidente do Conselho de Curadores, disse que o conselho é “ciente da ortodoxia histórica e da tradição wesleyana e evangélica na história de 130 anos da SPU e na Declaração de Fé da SPU”.
“O Conselho reconhece que outros cristãos e outros membros da comunidade discordam de boa fé em questões relacionadas à sexualidade humana, e que essas convicções são profundas e sinceras”, disse ele, de acordo com o The Times. “Oramos para que, ao vivermos dentro da tensão desta questão, possamos estar em diálogo com a comunidade SPU.”
A controvérsia atraiu a atenção nacional, especialmente dentro da comunidade acadêmica baseada na fé. Albert Mohler, presidente do Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, Ky., Disse em seu podcast na sexta-feira que a controvérsia poderia ter sido evitada se a universidade exigisse que seus professores e alunos afirmassem suas crenças. Mohler questionou por que a universidade permitiria que um professor adjunto fosse gay, mas não um professor em tempo integral.
“Se não operarmos em todas as dimensões de nossas operações de forma consistente com nossas convicções, então, no final, todos enfrentaremos esse tipo de crise. A única maneira de evitar isso é admitir apenas alunos que realmente mantenham nossos próprios compromissos de fé, nossa própria doutrina e nossos próprios ensinamentos ”, disse Mohler no podcast The Briefing . “Só assim vai funcionar. Mas, ainda mais fundamentalmente, isso só funciona se você só contratar professores que estejam de acordo, reconheçam totalmente e afirmem com entusiasmo os ensinamentos de doutorado e comportamentais da instituição. Se você não seguir esses princípios, se basear toda a instituição em uma grande inconsistência, esse tipo de caos e controvérsia inevitavelmente se seguirá.
“… As instituições que continuam a operar em termos cristãos”, acrescentou ele, “terão de ser as instituições que contratam apenas em termos cristãos e admitem estudantes apenas em termos cristãos e cuja responsabilidade perante as igrejas cristãs é absolutamente clara. ”
