Um dia depois da eleição, São Paulo endurece quarentena

by @prflavionunes

Um dia depois do segundo turno das eleições municipais que elegeu o tucano Bruno Covas, o governador João Doria recuou no plano de retomada das atividades econômicas e sociais e determinou que todo o Estado retorne para a fase amarela. Com isso, aumentarão as restrições de funcionamento de comércios e serviços. A decisão é motivada pelo aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus e de hospitalizações de pacientes com a covid-19.

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“Com o claro aumento da instabilidade da pandemia, o Governo de São Paulo decidiu que 100% do Estado de São Paulo vai retornar para a faixa amarela”, anunciou Dória. O governador destacou que esta fase não fecha comércios, mas é mais restritiva. As escolas não serão fechadas. O tempo de análise de dados também voltarão a ocorrer a cada sete dias. “Todo o nosso foco neste momento deve ser nas vacinas. O país está exausto do isolamento. Ainda temos que mantê-lo com respeito à saúde”, afirmou o governador, que cobrou Ministério da Saúde e o Governo Federal sobre o plano de imunização e quais vacinas poderão ser utilizadas neste programa.

A capital São Paulo estava na fase verde, sob restrições mais brandas. Também estavam nesta fase 4 as regiões de Sorocaba, Campinas e Baixada Santista. Com o recuo nestes locais, 76% da população paulista volta a submeter-se a medidas mais restritivas. Voltar para a fase Amarela significa que comércios e serviços da capital terão mudanças em seu funcionamento. A ocupação máxima dos estabelecimentos será reduzida de 60% para 40% da capacidade, e o horário de funcionamento máximo fica em dez horas por dia, até as 22h. Eventos com o público em pé também passam a ser proibidos nesta fase. “Não estamos parando tudo nem na crise completa que vimos em vários países do mundo”, destaca Patrícia Ellen, coordenadora do Gabinete de Crise no Enfrentamento ao Coronavírus.

O Plano São Paulo, estipulado pelo governo, divide o Estado em 17 regiões e possui cinco fases, que levam o nome de cores. Da mais para a menos restritiva, as fases são Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde e Azul. Para que cada região mude de um nível para o outro, é necessário que ela atenda diversos requisitos, como a alterações nos índices de ocupação de leitos de UTI pelo novo coronavírus, a quantidade disponível desses leitos para cada 100.00 habitantes e a evolução nas curvas de novos casos e óbitos ao longo de sete dias consecutivos. Até esta segunda-feira (30), das 17 regiões, 11 estavam na fase Amarela e outras 6, incluindo a região metropolitana da capital, na fase Verde.

O dentro de contingência do Governo admite aumento de internações há várias semanas, mas destaca que a situação não é comparável ao início da crise. “Trazer a classificação para hoje (e não para o dia 16 de novembro) foi uma forma de impedir que uma maior parte da população estivesse na fase verde”, afirma Patrícia Ellen, que coordena o Gabinete de Crise no Enfrentamento ao Coronavírus. “Freamos o avanço das fases verdes. Segundo o Governo, se a mudança houvesse sido feita há duas semanas, como previsto, cerca de 89% da população iria para a fase verde, menos restritiva. Até hoje, 76% da população estava em regiões nesta fase. O governador João Dória negou que o Estado tenha esperado as eleições para reclassificar as fases em que estavam nas regiões.

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