O senador Marcos Rogério (DEM-RO) cumpriu a promessa de apresentar um requerimento para convocação do pastor Silas Malafaia à CPI da Covid, mas o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), rejeitou a possibilidade. Nas redes sociais, o líder evangélico afirmou que o parlamentar é um “arregão”.

A hipótese da convocação do pastor à CPI surgiu de um debate entre Marcos Rogério e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última semana, quando o senador fluminense afirmou que o relacionamento do presidente Jair Bolsonaro com os filhos não deveria ser um tabu pelo elo familiar, e afirmou que um dos conselheiros mais próximos do mandatário é justamente o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).

“Parece que é o maior absurdo um filho conversar com o pai. E aí, senador Renan [Calheiros, MDB-AL], sem nenhuma provocação, é completamente normal o senhor conversar com seu filho, que é governador. O seu filho se aconselhar com o senhor. E agora, Carlos Bolsonaro a todo momento o nome dele é trazido a essa CPI como se houvesse um conjunto de pessoas que dão aconselhamento paralelo, algo obscuro ou criminoso”, pontuou Flávio na ocasião.

“Toda hora falam aqui de família, até ministro sendo acusado de dar aconselhamento paralelo ao presidente, por incrível que pareça. Agora, se querem ouvir alguém que dá conselho ao presidente da República, vou dar um nome: chama o pastor Silas Malafaia aqui, esse fala quase diariamente com o presidente e influencia o presidente. Chama ele aqui e vê se influenciou alguma coisa nas políticas públicas”, sugeriu.

‘Envergadura’

Marcos Rogério se comprometeu a apresentar o requerimento de convocação de Malafaia, mas aparentemente a hipótese desagradou o relator e o presidente da CPI, uma vez que o líder evangélico é aliado de Bolsonaro e poderia expor as ações do governo federal que não vêm tendo cobertura na mídia.

Ao rejeitar o requerimento do senador rondoniense, Aziz justificou dizendo que Malafaia “é seguido por muita gente”, dando a entender que suas palavras na CPI poderiam ter grande repercussão em defesa do governo.

“O pastor Silas Malafaia, tenho um respeito muito grande. Eu o recebi na minha residência quando era governador. Tive o prazer de conversar com ele demoradamente na minha casa, é um líder espiritual muito forte no Brasil. E tenho certeza que o que o senador Flávio Bolsonaro falou aqui é que os conselhos que ele [Jair Bolsonaro] recebia eram conselhos espirituais”, afirmou o presidente da CPI.

“Não creio, até pelo conhecimento que a gente tem do pastor Silas Malafaia, que ele fizesse qualquer ingerência dentro do governo. Não acredito nisso, tenho um respeito enorme. Um líder religioso da envergadura do pastor dificilmente pediria para nomear A ou B num cargo, indicar alguém. Não é o papel que ele faz, nunca fez isso. […] Estou indeferindo seu pedido, não vou pautar isso”, acrescentou Aziz.

‘Arregão’

A decisão foi ironizada pelo jornalista Alexandre Garcia em seu canal: “O senador Omar Aziz respondeu que não vai convocar Silas Malafaia e deu o motivo: ‘Ele é seguido por muita gente que acredita nele’. Não precisa nem explicar o que o moveu”.

A aposta do pastor era que o convocassem para depor, e bem a seu estilo, não deixou por menos a decisão do presidente da CPI: “O arregão do Aziz cheio de dedo para não me convidar para CPI. Quem fala da minha envergadura é o Renan kkk”, escreveu no Twitter.

No YouTube, Malafaia reiterou seu posicionamento e disposição de ir à CPI: “Eu to mentindo? Então me levem na CPI. Eu vou responder por quê afinaram, arregaram, de não me convidar para ir na CPI”. declarou.





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