Como identificar seitas perigosas

by @prflavionunes

Como podemos saber se uma organização religiosa, políti­ca ou de qualquer outra área é uma seita perigosa? Este é objetivo deste artigo.

A seguir, apontaremos os principais elementos que nos auxiliarão a empe­nhar esta identificação, mas, antes de qualquer juízo, é primordial aconselhar a avaliação das características em seu todo, pois, se forem desassociadas do conjunto, poderão ser encontradas tam­bém em movimentos ortodoxos, sem que com isso caracterizem uma seita.

Faremos esta caracterização por meio de quatro tópicos:

  • Recrutamento: as estratégias do grupo para recrutar novos adeptos.

 

  • Programação: as estratégias do grupo para administrar a vida cotidiana dos seus adeptos.

 

  • Retenção: as estratégias do gru­po para reter seus adeptos.

 

  • Resultado: as implicações destas estratégias na vida dos adeptos.

 RECRUTAMENTO

  • Engano: a identidade e os verda­deiros objetivos do grupo não são re­velados antecipadamente. Os líderes dizem aos membros que eles não po­dem dar informações sobre o grupo, para que as pessoas “de fora” não sai­bam muito a respeito deles.

 

  • Chantagem emocional: as seitas oferecem amizade e aceitação instantâne­as. Os que recrutam novos adeptos não aceitam uma resposta negativa sem que antes levem a pessoa a sentir-se culpada ou ingrata pela rejeição de sua pregação.

 

  • Exploração de crises emocionais: são exploradas situações como um rela­cionamento quebrado, um falecimento na família, a perda do emprego, uma mudan­ça recente, a solidão e a depressão.

 

  • Invenção de crise: o mundo à nossa volta e os crentes de outras religiões são vistos numa perspectiva sombria, ou o fim do mundo é iminente etc. Dizem para as pessoas que elas devem fazer parte do gru­po para que possam ser salvas ou curadas.

 

  • Respostas: o grupo tem respos­tas simplistas e únicas para todos os questionamentos sobre a vida.

PROGRAMAÇÃO

  • Estudo intenso: a ênfase é posta nos escritos e doutrinas do grupo. A Bíblia, se usada, é citada de forma sele­tiva e fora do contexto.

 

  • Avisos: os novos membros são avisados de que Satanás fará que seus familiares e amigos falem mal do grupo. Dentro de pouco tempo, os recrutas só confiam nos membros do grupo.

 

  • Culpa e medo: os grupos enfatizam a natureza pecaminosa do in­divíduo e a necessidade de purificar a velha personalidade.

 

  • Controle da rotina, fadiga: o es­tudo e o trabalho para o grupo são obri­gatórios, roubando quase todo o tem­po do novo membro, tornando-o de­masiado ocupado para refletir ou ouvir a opinião de outros. A família, os ami­gos, o emprego e os passatempos são postos de lado, isolando-o ainda mais.

 

  • Ataque a qualquer tipo de pen­samento independente: o pensamento crítico é desencorajado e interpretado como orgulho e pecado. E encorajada a aceitação cega.

 

  • Comissão divina: o líder geralmen­te alega ter recebido novas revelações de Deus e afirma ser o único porta-voz de Deus para a humanidade neste tempo.

 

  • Obediência irrestrita: todas as questões têm respostas simples e re­quer-se do novo adepto uma obediên­cia inquestionável às ordens do grupo. Uma mentalidade do tipo “nós contra eles” fortalece a identidade do movi­mento. Todas as pessoas que não per­tencem ao grupo são encaradas como fracas ou enganadas.

 

RETENÇÃO

  • Questionamento de motivos: quan­do é apresentada evidência sólida contra o grupo, os membros são ensinados a questionar os motivos da pessoa que apresenta a evidência. Aquilo que pode ser verificado é ignorado e se aceita aquilo que não pode ser verificado.

 

  • Controle de informação: o gru­po controla aquilo que o membro pode ver ou ouvir. E proibido o contato com ex-membros e com qualquer pessoa que critique o grupo.

 

  • Isolamento e alienação: o grupo substitui a família porque ouve que não precisa de mais ninguém (nem mesmo da família) além do grupo. Talvez o novo adepto receba instruções como: proibição de alimentos, proibição de casamento ou abandono do lar, desis­tência da escola, entre outras.

 

  • Repressão: a desobediência, inclu­indo até mesmo desacordos insignifican­tes com a doutrina do grupo, terá como resultado o banimento e a expulsão.

 

  • Fobias: o medo do mundo e das outras pessoas é aumentado, tal como o medo do diabo e do mal. É ensinado aos membros que lhes acontecerá algo muito mau se deixarem o grupo. Não existe ne­nhuma maneira honrosa de sair do grupo.

 

  • Empenho: ser membro e trabalhar para o grupo é essencial para a salva­ção. Por mais que o adepto se esforce, nunca será o suficiente.

 

RESULTADOS

  • Dependência: o adepto fica com uma dependência infantil do grupo.

 

  • Desordens pessoais: depressão, desorientação, ansiedade, estresse, comportamento neurótico ou psicótico, e até mesmo tendências suicidas.

 

  • Capacidade diminuída: o adep­to perde a capacidade de pensar de for­ma clara e crítica. Contradições lógicas nas doutrinas têm pouco ou nenhum efeito sobre ele.

 

  • Exploração: o adepto é explorado financeiramente, psiquicamente e/ou mentalmente. Pode ser manipulado para dar tudo o que possui ao grupo, abando­nar escola ou emprego (para poder pas­sar muitas horas vendendo literatura ou outros itens), fornecer mão-de-obra ba­rata para o grupo e outras coisas.

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos engana­dores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciên­cia; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhe­cem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças” (1Tm 4.1 -3).

RANDALL WATTERS, FONTE: REVISTA “DEFESA DA FÉ” ANO 8 – N° 62

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Pr. Flávio Nunes

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