Inferno: Sheol e Hades

by @prflavionunes

por Pr. João Flávio Martinez – sáb fev 27, 1:04 pm

Segundo J. Davis:

1. Lugar dos mortos. É uma das traduções da palavra hebraica Sheol e da grega Hades, Sl 16.10; At 2.27. A versão revista da Bíblia inglesa do Antigo Testamento, tanto no texto como a margem, usa a palavra Sheol; nos livros proféticos, emprega-se a palavra Sheol nas margens e a palavra inferno no texto, e em Dt 32.22; Sl 55.15; 86.13 emprega Sheol nas margens e abismo no texto. Em o Novo Testamento usa a palavra Hades, no texto. Ambos os vocábulos podem também ser traduzidas por sepultura, Gn. 37.35; Is. 38.10,18; Os. 13.14. A versão revista inglesa traduz Sheol por morte em ICo 15.55. Não há certeza quanto à etimologia da palavra. Sheol tem o sentido de insaciável em Pv 27.20 e 30.15, 16. Hades pronunciado sem aspiração, significa invisível. Tanto como um como outro termo denotam lugar dos mortos. Os antigos hebreus, semelhantes a outras raças semíticas, imaginavam o Sheol embaixo da terra, Nm 16.30, 33; Ez 31.17; Am 9.2. Pintavam-no como tendo portas, Is 38.10 região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma existência consciente, porém triste e inativa, II Sm 22.6; Sl 6.6; Ec 9.10. Imaginavam o Sheol como sendo o lugar para onde vão as almas de todos os homens, Gn. 37.35; Sl 31.17; Is 38.10, onde os ímpios sofriam e os justos gozavam. É importante notar que a doutrina autorizada dos hebreus sobre Sheol, dizia que só Deus era conhecido, e que estava na sua presença, Pv 15.11; Jó 26.6; que Deus estava presente a ele, Sl 139.8; e que os espíritos de seu povo e as suas condições naquela habitação, estavam sob a vigilância de seu olhar. Esta doutrina inclui a grande bênção de Deus para com o seu povo depois da morte, gozando da sua presença e de seu constante amor, e, ao mesmo tempo, a miséria dos ímpios. Dois lugares de habitação pa­ra os mortos: um para os justos com Deus, e outro para os ímpios, banidos para sempre da sua presença.

A doutrina a respeito da glória futura e da ressurreição do corpo, já era confortadora aos crentes do Antigo Testamento, Já 19.25-27; Sl 16.8-10; 17.15; 49.14, 15; 73.24; Dn 12.2, 3. Uma base para esta doutrina encontra-se no exemplo de Enoque e de Elias que foram arrebatados, e também na crença dos egípcios com que se relacionaram, durante séculos, os hebreus. Havia entre ambos os povos, ideias paralelas a respeito da vida futura e da relação de moralidade da vi­da presente com o bem estar futuro, além da sepultura. Porém, só Jesus Cristo poderia derramar luz plena sobre a imortalidade revelando as bênçãos para as almas salvas, habitando na presença de Deus, depois da morte, livres de todos os males da presente vida, Lc 23.43; Jo 14.1-3; IICo 5.6-8; Fp 1.23.

2. Lugar de tormentos e miséria. Neste sentido é que se traduz a palavra grega Gehenna, em Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.47; Lc 12.5; e Tg 3.6. É a forma grega do hebraico Gehinnom, vale de Hinom, onde queimavam crianças vivas em honra de Moloque. Por causa destes horríveis pecados que se cometiam ali, por causa das suas imundícias, e talvez por servir de depósito ao lixo da cidade, veio a servir de emblema do pecado e da miséria, e o nome passou a designar o lugar do castigo eterno, Mt 18.8, 9; Mc 9.43. Das cenas que se observam ali, a imaginação tirou as cores para pintar a Geena dos perdidos, Mt 5.22; comp. 13.42; Mc 9.48.

Na IIPe 2.4, onde se lê: …. “precípitando-os no inferno”, é a tradução do verbo tartaroô, significando — lançar no Tártaro. O Tartarus dos romanos, o Tartaros dos gre­gos, era o lugar por eles imaginado, para onde iam as almas, situado abaixo do Hades. Ainda que a etimo­logia seja diferente, Geena e Tártaro incluem essencialmente a mesma idéia — lugar de punição para os perdidos.

Ainda J. Davis diz o seguinte sobre o Paraíso: “Os Judeus faziam distinção entre o paraíso superior e paraíso inferior, o primeiro era uma parte do Céu e o segundo uma divisão do Hades destinado às almas dos justos. No NT a palavra paraíso, quer dizer céu em dois lugares distintos, II Co 12.2, 4; Ap 2.7; 22.2. E por isso é tomada na mesma acepção em Lc 23.43.

E sobre alma ele afirma: “No sentido ordinário da palavra, a alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele”. (Dicionário Bíblico – Ed. 1989 – Juerp; págs. 26, 286, 287 e 444)

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Pr. Flávio Nunes

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