O comando da Lojas Americanas disse nesta sexta-feira, em teleconferência com analistas, que prosseguirá com análises de aquisições de negócios, mesmo com o projeto de fusão com a controlada B2W em andamento.
No fim de 2020, a companhia mencionou que tinha mais de 50 empresas consideradas como “potenciais oportunidades” de compra. “Nós prosseguiremos com a análise, mas quero destacar que manteremos a postura criteriosa nessa avaliação”, disse Miguel Gutierrez, presidente da companhia.
Sobre a eventual fusão com a B2W, que está na fase de estudos internos, a rede varejista disse que uma combinação dos negócios “simplifica muito as aquisições”, disse o CEO.
Ele mencionou que, quando a B2W fazia uma aquisição, era preciso analisar sob a ótica da empresa e da controladora Lojas Americanas, já que uma compra acabaria envolvendo as duas companhias, e isso teria que ser feito sob a ótica da governança corporativa nas duas companhias.
A empresa ainda foi questionada por analistas sobre o acordo com a BR Distribuidora, informado dias atrás. As duas empresas formaram uma joint venture na área de postos da rede BR Mania.
O comando, no entanto, evitou o assunto. “Há detalhes que todo mundo gostaria de ter, mas hoje temos um protocolo de restrições de informações sendo submetido ao Cade e a recomendação é não abrir informação”, disse o CEO.
O executivo reforçou o já relatado em fato relevante de fevereiro, que informa que a união trará “um poderoso motor de fusões e aquisições”, atrairá novos talentos e acelerará a entrada em outras áreas.
A empresa ainda informou que as unidades em shoppings da rede registraram queda de 21% nas vendas “mesmas lojas” (em operação há mais de um ano) e nas ruas, a alta foi de 5,8%.
Varejistas têm relatado nos últimos meses desempenho mais fraco, com queda nas vendas até o momento, das unidades em shoppings, por causa da queda no tráfego de clientes nesses empreendimentos desde o início da pandemia. Outras cadeias, como Hering e Raia Drogasil, já relataram situação semelhante em 2020.
A empresa informa que, por conta da pandemia, as vendas “mesmas lojas” da rede caíram 5,2% no quarto trimestre. A rede de departamentos registrou queda de 4,8% na receita líquida de outubro a dezembro, para R$ 4,1 bilhões, e o lucro líquido subiu 0,6%, para R$ 400 milhões. Já a operação da empresa considerando as lojas e sua participação no digital encerrou o quarto trimestre com alta na receita líquida de 15%, para R$ 7,43 bilhões.
Fonte: Valor
