Após reajuste, gasolina ainda pode subir 5% nas próximas semanas

by @prflavionunes

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 18, mais um reajuste nos preços dos combustíveis. Segundo a estatal, a partir de amanhã, os preços médios nas refinarias serão de R$ 2,48 por litro para a gasolina e R$ 2,58 por litro para o diesel. Trata-se do quarto aumento do ano nos preços da gasolina e o terceiro no diesel. 

Para ter uma ideia, em dezembro do ano passado, o litro da gasolina custava em média 1,84 real, enquanto o do diesel custava 2,02 reais. Os reajustes seguidos são explicados pelo preço do petróleo no mercado externo. Vale destacar que a Petrobras segue a política de preço de paridade internacional. De janeiro até agora, o petróleo já subiu cerca de 30%. 

“Uma série de fatores têm impactado no preço do petróleo, como a restrição da produção pela Opep e a queda de 40% da produção no Texas devido ao frio”, explica Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

O economista fez um cálculo e afirma que considerando os preços internacionais ainda há espaço para que os preços continuem subindo. A estimativa é de um potencial de alta de cerca de 5%. O cálculo considera o preço internacional, o preço do barril em dólar e o da gasolina em reais, além dos impostos. “Este cálculo é para curtíssimo prazo, no máximo duas semanas já que o mercado é muito volátil.”

Impostos sobre os combustíveis

Em nota divulgada, a Petrobras afirma que os reajustes praticados têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. A companhia explica que o preço da gasolina e do diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras.

“Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.” Para ter uma ideia, na bomba de gasolina incidem impostos como PIS e Cofins, ICMS e Cide.

Disse ainda que as revisões de preços feitas podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. “Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis.”

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, acrescenta que além dos tributos, o reajuste acaba pesando porque incide em toda a cadeia do combustível e ele é repassado até chegar ao consumidor.

Acima de R$ 5

E os repassem foram feitos e chegaram nas bombas. Um levantamento realizado pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas, apontou que o preço médio da gasolina comum no Brasil registrou alta de 4,08% na primeira quinzena de fevereiro e ficou acima de 5 reais. É o valor mais alto em mais de um ano.

Pelos dados, nos primeiros quinze dias de fevereiro, o litro do combustível foi comercializado, em média, R$ 5,04 reais. Em janeiro, o valor médio cobrado nos postos do País foi de 4,844 reais. Esta é a oitava alta seguida registrada no preço da gasolina. De junho de 2020 até a primeira quinzena de fevereiro deste ano, o combustível ficou 21,7% mais caro.

São Paulo foi o estado com o menor valor médio da gasolina: o litro custou, em média, 4,63 reais nos postos paulistas na primeira quinzena deste mês. Já o Acre registrou o litro mais caro, 5,48 reais. A maior alta de preços na quinzena ocorreu no Amazonas (5,74%) e a menor, na Paraíba (2,7%). Todos os estados tiveram aumento no valor médio do litro do combustível.

Estado Média de Fevereiro (1ª Quinzena) Média Janeiro Variação (Valor) Variação Percentual
AC 5,481 5,269 0,2116 4,02%
AL 5,242 5,081 0,1611 3,17%
AM 4,920 4,653 0,2673 5,74%
AP 4,745 4,575 0,1703 3,72%
BA 4,990 4,780 0,2096 4,39%
CE 5,093 4,885 0,2075 4,25%
DF 5,059 4,827 0,2325 4,82%
ES 5,056 4,843 0,2131 4,40%
GO 5,030 4,884 0,1459 2,99%
MA 5,039 4,830 0,2083 4,31%
MG 5,136 4,945 0,1916 3,88%
MS 5,026 4,817 0,2096 4,35%
MT 5,063 4,872 0,1905 3,91%
PA 5,214 5,030 0,1837 3,65%
PB 4,903 4,774 0,1291 2,70%
PE 5,045 4,820 0,2250 4,67%
PI 5,076 4,864 0,2120 4,36%
PR 4,722 4,503 0,2192 4,87%
RJ 5,349 5,152 0,1967 3,82%
RN 5,132 4,955 0,1763 3,56%
RO 5,174 4,947 0,2275 4,60%
RR 4,798 4,599 0,1990 4,33%
RS 4,978 4,817 0,1611 3,35%
SC 4,657 4,461 0,1967 4,41%
SE 5,074 4,910 0,1643 3,35%
SP 4,639 4,461 0,1777 3,98%
TO 5,191 5,000 0,1914 3,83%
Total Geral 5,042 4,844 0,1977 4,08%

Entre as capitais, a cidade do Rio de Janeiro teve a gasolina mais cara nos postos de combustíveis do Brasil na primeira quinzena deste mês, 5,33 reais o litro, em média, seguida de perto pela capital do Acre, Rio Branco ( 5,31 reais o litro, em média). Já em Curitiba, no Paraná, registrou o preço médio mais barato: R$ 4,59, acompanhada pela cidade de São Paulo, com R$ 4,63, em média, pelo litro de gasolina.

Capital Valor médio (R$)
Aracaju 5,085
Belém 5,207
Belo Horizonte 4,996
Brasília 5,054
Campo Grande 4,980
Cuiabá 4,801
Curitiba 4,597
Florianópolis 4,741
Fortaleza 5,042
Goiânia 4,897
João Pessoa 4,817
Macapá 4,779
Maceió 5,152
Manaus 4,854
Natal 5,068
Palmas 5,153
Porto Alegre 4,888
Porto Velho 5,037
Recife 4,996
Rio Branco 5,316
Rio de Janeiro 5,335
Salvador 4,913
Teresina 5,002
Geral 5,011

Fonte:Exame

Pr. Flávio Nunes

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