Braga Netto se espreme entre o golpismo de Bolsonaro e a insatisfação do alto comando do Exército

by @prflavionunes

Os planos futuros do presidente Jair Bolsonaro passam pelo general Walter Braga Netto. Nomeado para o Ministério da Defesa na terça-feira, o alto oficial do Exército passou a coordenar as Forças Armadas num momento em que o presidente, acuado pela crise sanitária e pelo Congresso, escancara sinalizações golpistas ao ameaçar pedir um estado de sítio enquanto seus mais próximos apoiadores insuflam tensões nas polícias militares pelo país. Diante de um Planalto que a todo tempo explora uma espécie de simbiose com as Forças Armadas, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva tentou evitar um envolvimento ainda maior dos militares no Governo, e por isso acabou demitido da pasta. Mas esse movimento de Bolsonaro acabou se voltando contra ele com a renúncia dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Foi um ato de protesto. Essa tripla substituição evidenciou que as altas patentes, sobretudo o alto comando do Exército, não estão satisfeitas com o rumo do Governo e para os danos de imagem que essa associação lhes causa. Enquanto desfrutam do maior poder e presença em uma Administração desde o fim da ditadura, em 1985, agora ensaiam um afastamento político num momento em que o Brasil, isolado internacionalmente, tem uma média diária de 3.000 mortos por covid-19. É neste contexto que Braga Netto guiará a Defesa numa saia justa, espremido entre essa insatisfação e a lealdade a Bolsonaro, após a maior crise militar desde a redemocratização.

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