A pauta da Câmara dos Deputados prevê a votação, em plenário, do pedido de cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), que enviou uma carta aos colegas pedindo “uma chance”.

Acusada de ser a mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, Flordelis acredita que os parlamentares “não irão ceder a esses apelos sensacionalistas da mídia”.

A cassação é dada como certa há meses por muitos analistas políticos, já que os deputados – muitos deles com problemas na Justiça – não gostariam de ser associados a uma suspeita de crime contra a vida.

Há pouco mais de dois meses, o relatório pedindo sua cassação foi aprovado por 16 votos a 1 no colegiado que ouviu testemunhas e acusados de envolvimento no crime: “A depender do resultado do Conselho de Ética, este tende a ser o último dia da Flordelis na Câmara”, pontuou o jornalista Gustavo Maia, no Radar da revista Veja.

Carta pede chance

Sustentando sua alegação de inocência, a deputada enviou na noite da última terça-feira, 10 de agosto, uma carta aos demais 512 deputados para pedir “uma chance” para continuar se defendendo no processo da Justiça.

“Uma chance para que eu possa me defender de um processo injusto de homicídio do meu próprio marido. Uma chance para que eu possa cumprir o mandato que eu fui legitimamente eleita. Uma chance para que minha dignidade seja, um dia, restabelecida”, argumentou.

Na carta há um resumo de sua história de vida, pontuando suas ações como evangelista e acolhedora de crianças e adolescentes que viviam nas ruas, numa tentativa de sensibilizar os colegas.

Flordelis afirmou ainda que se considera vítima de um tratamento parcial, pois teria sido “escrachada pela juíza, pelos promotores e pelos policiais”.

“Tenho sofrido muito desde que perdi meu marido. Desde que o fato aconteceu, aos poucos, tenho recebido informações muito dolorosas sobre ele, sobre o que acontecia na minha casa, sobre minhas filhas e filhos. Tem sido terrível essa experiência. Não posso julgar ninguém pelos fatos que aconteceram. Mas, a única certeza que tenho é que não matei, não mandei matar, não conspirei para a morte do meu marido”, reiterou a deputada.

A menção feita por Flordelis às “informações muito dolorosas sobre ele” é uma alusão à revelação feita por sua filha biológica, Simone, de que sofria assédio e estupros do padrasto, que supostamente ameaçava cortar a assistência financeira para seu tratamento contra o câncer se ela não cedesse às suas investidas sexuais.

Esse relato feito por Simone no Conselho de Ética veio acompanhado de sua admissão de orquestrar e pagar para que Anderson do Carmo fosse assassinado.

Flordelis concluiu sua carta disponibilizando os telefones de seus três advogados para que os deputados interessados em esclarecer a situação sobre o processo possam entrar em contato:“Por favor me ajudem a lutar contra uma grande injustiça. Deus abençoe cada uma e cada um de Vossas Excelências”.





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