O que fazer frente a perseguição???
“29 E agora, Senhor, olha para as ameaças deles, e concede aos teus servos que falem a tua palavra com toda a ousadia, 30 enquanto estende a sua mão para curas e sinais e maravilhas a serem feitos através do nome de seu santo Filho Jesus. 31 Depois de orarem, o lugar onde estavam reunidos estremeceu; e todos foram cheios do Espírito Santo, e falaram a palavra de Deus com ousadia “
(Atos 4: 29-31)
• “Porque a vós é concedido por causa de Cristo, não só que acredites nele, mas também que padeces por ele” (Fp 1:29)
Se analisarmos o contexto, perceberemos que Pedro e João foram presos por pregar o evangelho. No entanto, nada os intimidou. Eles não mudaram sua mensagem, eles não diminuíram as exigências do reino, eles não negaram o senhorio de Cristo. Eles permaneceram fiéis à mensagem de arrependimento.
A marca registrada do bom discípulo é que ele não muda a fala. Não contém duas mensagens. Não tem mensagem para os “de fora” e outra para os “de dentro”. Não se vende ao politicamente correto, não se entrega à diplomacia, não esconde a verdade. Não muda a mensagem quando as coisas ficam complicadas. A verdade do evangelho não deixa de ser verdadeira de acordo com as circunstâncias pelas quais a igreja passa.
Os sacerdotes proibiram Pedro e João de falar de Cristo. Exigem que parem de ensinar que Jesus ressuscitou e os proíbem de falar por Cristo. Obviamente, ninguém fala em nome de alguém que não existe. Mas Cristo não está morto, ele ressuscitou, ele está vivo. Infelizmente, às vezes vivemos como se Cristo estivesse morto. Quero dizer que muitas vezes silenciamos a mensagem, ou a tornamos “aquosa”. Deus nos ajude.
Mas a resposta de Pedro é maravilhosa: “não podemos parar de dizer o que vimos e ouvimos” (Atos 4:20)
Essa frase “petrina” é uma esperança para nós hoje. Principalmente para quem vive em tempos de perseguição. E é também um chamado para despertar os ambíguos, os mornos e aqueles que duvidam de sua fé. As palavras de Pedro são reveladoras, porque provam onde estão os corações dos verdadeiros cristãos, e também revelam onde estão os corações dos falsos crentes. Você sabe, as circunstâncias não determinam nosso comportamento, mas revelam o que está dentro de nosso coração.
Os sacerdotes ficaram perplexos. Eles não sabiam o que fazer com eles, pois todo o povo glorificava a Deus por causa do milagre dos apóstolos.
A verdade é que o livro de “Atos” aponta para duas ironias que ocorrem na história. Os apóstolos foram censurados por: Curar uma pessoa doente (Atos 3: 1-9) e glorificar a Deus (Atos 4:16). Não é estranho? Muito parecido com o que acontece hoje, as pessoas se ofendem porque um “ônibus” ousa dizer que os meninos têm pênis e as mulheres têm vulva. Isso também é raro. A perseguição não tem lógica.
Os sacerdotes não tinham escolha senão libertá-los, pois todo o povo glorificava a Deus e apoiava os apóstolos.
Assim que os apóstolos voltaram para sua comunidade, eles contaram tudo o que havia acontecido. Ou seja, eles informaram seus irmãos do que havia sido desencadeado, a perseguição.
Por isso, com base neste texto bíblico, quero dar alguns passos a seguir diante da perseguição. E eu respondo à pergunta O que devemos fazer quando somos perseguidos? #prflavionunes
Dividi o texto em quatro pontos. Esses pontos são: “o passado”, “o presente”, “o futuro” e “a resposta divina”.
Por passado, quero dizer o que os apóstolos João e Pedro experimentaram. E como eles enfrentaram a intolerância e a perseguição
Por presente entendo a forma como Pedro e João relataram sua “experiência” à comunidade e os conselhos que deram.
Por futuro, quero dizer como a comunidade deve responder à perseguição. Qual deve ser a sua atitude a partir de agora.
1. PASSADO
Os apóstolos não se complicaram muito com a violência sofrida. Para os apóstolos não é importante entrar em detalhes, nem mergulhar na realidade do mal.
Eles não caem nesse tipo de “ocultismo cristão”, onde alguns crentes ficam obcecados com as forças do mal e se dedicam a estudar e investigar mais sobre Satanás e seus demônios, do que esperar em Deus e se apegar à sua graça e promessas em os tempos de perseguição.
Eles não choram por causa do “leite derramado”. Para eles é normal, natural e lógico que sejam odiados. Eles têm muito em mente a frase de seu amo: “Lembra-te da palavra que eu te disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se eles me perseguiram, eles também perseguirão a você … ”(Jo. 15:20)
Na verdade, seria muito suspeito se eles não nos perseguissem. Se a igreja não é perseguida, é sinal de que algo está errado. Além disso, o evangelista Lucas menciona um “infortúnio” para todos os cristãos mornos e covardes, que não ficam mal com ninguém e que procuram gostar de todos: “Ai de vós quando todos vos elogiam! Perceba que os ancestrais dessas pessoas trataram os falsos profetas dessa maneira ”(Lc. 6:26)
Eles são como aquela certa classe de políticos que querem estar certos com Deus e com o diabo. Capaz de trair seus próprios valores para ganhar alguns votos. Eles dançam com todos, riem com todos, cantam com todos. Daqueles que caminham nas igrejas evangélicas e católicas em busca de votos, mas na hora de legislar se esquecem de suas promessas ao povo cristão, e se rendem à ditadura das urnas e do lobby dos poderosos deste mundo. Você conhece algum deles? Muitos deles também se autodenominam “Cristãos”.
Mas os verdadeiros crentes não são assim. Os verdadeiros crentes amam a todos, mas como os irmãos em “Beréia”, eles não dizem amém para tudo (Atos 17:11). Preferimos obedecer a Deus ao invés dos homens. E é por isso que preferimos ser perseguidos a agradar aos homens. Essa foi a atitude de Pedro e João.
Eles presumem que são odiados (assim como seu professor) e que serão caçados até a morte (assim como seu professor). Eles sabem que seu fim provavelmente será o martírio. Diz-se que os alunos de Calvino, na Academia Teológica de Genebra, tinham uma expectativa de vida de seis meses desde que foram ordenados ao pastorado. Eles sabiam que morreriam poucos meses após entrarem no ministério.
Portanto, para eles o martírio não era nada novo. É por isso que eles não perderam tempo especulando se seriam martirizados ou como seriam mortos.
Não era difícil imaginar se eles morreriam no circo romano, seriam queimados no jardim de Nero, massacrados por um gladiador ou comidos por um animal. Com ironia, Tertuliano disse: “Se o Tibre subir muito alto, ou o Nilo cair muito baixo, a solução será sempre alimentar os leões com cristãos.”
Para eles, o martírio era um acontecimento muito provável, ou melhor, certo.
Daí o ditado que “a igreja é um hospital”. Sim, mas um hospital de GUERRA. Os cristãos de que falo estão feridos pelo calor da batalha contra o pecado e a injustiça. Eles estão feridos por causa da perseguição!
2. PRESENTE
Com a palavra “presente” queremos responder à pergunta o que devemos fazer agora. E a primeira palavra que vem à mente é “meio de graça”.
É interessante notar como os discípulos conectam e relacionam sua situação com a leitura de um salmo e, ao mesmo tempo, fazem uma bela oração. Eles foram à Bíblia e oraram. Observe como eles agiram:
• “24 E eles, ouvindo isso, levantaram unanimemente as suas vozes a Deus, e disseram: Soberano Senhor, tu és o Deus que fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há; 25 que pela boca de teu servo Davi disseste: Por que se revoltam as nações, e os povos pensam vã? 26 Os reis da terra foram reunidos, e os príncipes foram reunidos contra o Senhor e contra o seu Cristo ”(Atos 4: 24-26)
A comunidade de discípulos foi até a Bíblia, pegou um salmo e o transformou em oração. O rei Davi havia levantado esta oração há mil anos, agora eles fariam o mesmo. Um excelente exemplo para nós hoje!
Portanto, hoje devemos fazer três coisas.
Primeiro, relacione nossas experiências com a Sagrada Escritura. Leia-nos na Bíblia. Encontre nossas circunstâncias na Bíblia e interprete-as à luz dela.
Em segundo lugar, devemos transformar todas as promessas, mandamentos, pedidos e confortos da Bíblia em oração. O puritano William Gurnall disse: “A oração nada mais é do que promessa invertida.” Ou, em outras palavras, a oração é “lembrar” a Deus de suas promessas.
E terceiro, relacione-se, conecte-se e mostre solidariedade com outros crentes que estão passando por circunstâncias piores do que as nossas. Por exemplo, os cristãos da Síria, Iraque, Iêmen, Índia, Paquistão, Venezuela, Cuba etc. Ou o caso de nossos irmãos da nona região, cujas igrejas foram queimadas por grupos extremistas.
Você sabia que católicos e evangélicos protegem uns aos outros no norte da Nigéria? Enquanto os católicos se reúnem, os evangélicos cuidam deles e zelam por eles, para que os terroristas muçulmanos não os ataquem. Então, quando os evangélicos entram em seu culto, os católicos fazem o mesmo, cuidam deles e zelam por eles para que façam seu culto em paz. Glória a Deus!
Como devemos olhar para o futuro?
Observe que eles não estão no centro da perseguição. Eles sabem como entender o seu lugar de importância e entendem que NÃO são a “cereja do bolo”. Eles não se vitimizam, nem usam a perseguição para ser o centro das atenções. Eles entendem muito bem que a perseguição e a guerra são principalmente contra Deus e Cristo. Que o senhorio de Cristo está sendo negado e rejeitado pelos governantes. Eles vêem claramente que a glória de Deus está seriamente ameaçada na terra.
Observe a maneira como eles oram: “Vê as suas ameaças e concede aos teus servos que com toda a ousadia falem a tua palavra, enquanto estende a sua mão para curas e sinais e maravilhas a serem feitos em nome do seu santo Filho Jesus” (Atos 4 : 29-30)
Clamam a Deus para que continue falando com ousadia, e também para que curas, sinais e prodígios sejam feitos em nome de Cristo.
4. A RESPOSTA DIVINA
O livro de Atos nos diz que a terra estremeceu quando eles terminaram de orar: “Depois de orarem, estremeceu o lugar onde estavam reunidos …” (Atos 4:31)
Sempre treme quando a presença de Deus se manifesta poderosamente. Existem vários exemplos disso: o terremoto de Pentecostes, o terremoto da crucificação, o terremoto do Monte Sinai, o terremoto que libertou Paulo e Silas da prisão, etc.
As “colunas da terra” são uma figura da preservação de Deus e governam todas as suas criaturas. Os “pilares da terra” significam que Deus está profunda e continuamente envolvido com todos os eventos que acontecem na história. É uma forma poética de dizer que Deus sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas. É seu cuidado constante e seu domínio absoluto sobre toda a sua criação. Do céu às profundezas da terra, Deus sustenta tudo.
Em outras palavras, o Espírito Santo se move às profundezas da criação. O Espírito Santo está renovando a terra. Transformando este mundo quebrado. Conduzindo esta criação caída para a Nova Criação. Ele está removendo as coisas móveis, para que permaneçam inabaláveis (Hb 12: 26-28). Ele está conduzindo o universo à glorificação total.
“Porque, por causa de Cristo, vos é concedido não só que acredites nele, mas também que padeces por ele” (Fp 1:29)
