Os Males do Modernismo Teológico

by @prflavionunes


Modernismo ou Neomodernismo teológico, são expressões mui conhe­cidas, largamente usadas no mundo da teologia nos dias modernos. Em linhas gerais, designam o desvio teológico da linha de compromisso com a verdade divina no ato de in­terpretar e comunicar as Escrituras. O Neomodernismo teológico, de acordo com estudiosos da teologia em nossos dias, está mais vinculado ao complexo sistema teológico e doutrinário de Karl Barth, teólogo suíço, nascido em 1866, morto em 1968, aos 82 anos de idade.

Porém, ao longo do estudo desta lição, você há de notar que o Neo­modernismo abriu fronteiras, rom­pendo os limites da teologia barthiana. Deste modo este sistema teológico se acha inserido no movi­mento ecumênico, levado a efeito por determinados segmentos do cristianismo, e mais recentemente na chamada “Teologia da Liberta­ção”, que tanta confusão está cau­sando.

A TEOLOGIA DE KARL BARTH

Karl Barth foi, sem dúvida, um teólogo culto e um escritor prolifero.

Por que Karl Barth? São duas as razões por que tomamos a pessoa de Karl Barth como ponto de parti­da da especulação da teologia neo-modernista: Primeiro, porque gran­de número de teólogos mais conser­vadores da atualidade o consideram assim. Segundo, porque a sua teolo­gia tem contribuído para que deter­minados setores da teologia nos dias hodiernos dessem uma guinada de cento e oitenta graus, passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e antibíblico.

Quanta à Bíblia. A Bíblia é “de capa a capa palavras humanas falíveis… Segundo o testemunho das Escrituras sobre os homens, que também se refere a eles (isto é, aos profetas e apóstolos), eles podiam errar, e também têm errado, em toda palavra… mas precisamente com essa palavra humana falível e errada pronunciaram a palavra de Deus.” (Fundamentos Dogmáticos, Vis. I,II, págs. 558/588).

Segundo Barth, a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia, só aceita por crentes ignorantes. Segundo ele, nem mesmo as palavras de Cristo, relatadas nos Evangelhos, são in­falíveis. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus, con­forme dados no Evangelho, são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruas ideias da primitiva religião.

Quanto ao pecado e à queda. A pergunta: “Como o homem se tor­nou pecador?” responde Barth: “Não por uma queda do primeiro homem. A entrada do pecado no mundo, por Adão, não é um evento físico-histórico em qualquer senti­do.” (Comentário sobre Romanos, pág. 149). Isso, naturalmente, signi­fica que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o ho­mem preferiu desobedecer à lei divi­na. De fato, segundo Barth, o peca­do pertence à natureza do homem como um ser criado. Desse modo, na qualidade de homem, até mesmo o nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa.

De acordo com Barth, na histó­ria tudo é relativo e incerto. Isso, evidentemente, se aplica à vida ter­rena de Cristo. Por conseguinte, ele pode falar sobre o nascimento virgi­nal de Cristo, mas como um “mito”.

A Bíblia, porém, mostra que Cristo nasceu duma virgem, isento de todo pecado, (Is 7.14; Lc 1.27; Hb 7.26). Deste modo ele foi visto por João Batista, Anás, Pilatos e Herodes, (Jo 1.29; 18.12,13,28,29; Lc 23.8).

Quanto à morte de Cristo. Barth ensina que Cristo morreu em desespero, e que a sua morte em de­sespero é a mais clara indicação de que o homem não tem meios de chegar a Deus por sua religião! Num dos seus sermões, disse ele acerca de Cristo crucificado: “Ele se tomou humilhado, derrotado e sacrificado, pois não queria outra coisa senão vencer o eu humano e dar tudo nas mãos do Pai.” O significado da mor­te de Jesus, dessa forma, é apenas que Ele se sacrificou, e nada mais.

Este absurdo ensino, porém, contraria o ensino das Escrituras, segundo o qual a morte de Cristo foi um fato histórico e real: testemu­nhada pelo centurião e soldados ro­manos (Lc 23.45-47; Jo 19.32,33).

Quanto à ressurreição de Cris­to. No seu “Comentários Sobre Ro­manos”, Barth chega a dizer que o ateu D.F. Strauss, talvez tivesse ra­zão em explicar a ressurreição de Cristo como “um embuste históri­co”. Mas é Barth mesmo quem afir­ma: “A ressurreição de Cristo, ou o que dá no mesmo, a sua vinda, não é um acontecimento histórico.”

Quanto à escatologia. Ensina o barthianismo que a escatologia nada tem a ver com o futuro, e que a segunda vinda de Cristo não é ne­nhum acontecimento futuro. Ensi­na que esperar pela vinda do Senhor é tornar a nossa situação real tão ansiosamente como ela realmente é.

Este ensino entra em choque com os seguintes textos das Escritu­ras: 1 Ts 4.17; 2 Co 5.10; Mt 24.30; etc. etc.

Quanto à ressurreição dos mortos. Segundo a teologia neomodernista a palavra “ressurreição” na Bíblia, nada tem a ver com a res­surreição do homem da morte física. De fato, Barth ensina que a ressur­reição já aconteceu.

Quanto ao céu. Barth destaca em seu ensino que, a esperança que o crente nutre de ir para o céu, é uma prova do cristianismo egoísta que este crente está vivendo. Por isso diz ele que o verdadeiro crente não necessita da imortalidade da al­ma, nem do julgamento final e nem do céu.

Por que o verdadeiro crente de­seja o céu? A Bíblia diz que no céu está a habitação e o trono de Deus (At 7.49). No céu está a nossa eter­na pátria (Fp 3.20). Do céu virá Je­sus (Mt 24.30).

O ENGANO DO ECUMENIS­MO

O que é Ecumenismo. A pa­lavra ecumenismo é de origem grega e significa “a terra habitada”, isto é, a parte da terra habitada pelo ho­mem e organizada em comunidades sistemáticas. Com este significado, esta palavra aparece nas seguintes passagens do Novo Testamento: Lc 4.5,6 e Mt 24.14.

No decorrer dos séculos, três di­ferentes segmentos do cristianismo têm se apropriado desta palavra, reivindicando ecumenicidade:

  • A Igreja Católica Romana afir­ma ser ecumênica por abranger todo o mundo.
  • As igrejas ortodoxas do Orien­te, alegam sua ecumenicidade, apontando sua ligação com a Igreja primitiva.
  • Certas igrejas protestantes por falta de visão celestial trabalham no sentido de unir as igrejas de todo o mundo para com isso fazer visível a união da cristandade.

Propósitos do Ecumenismo. Por iniciativa de algumas igrejas protestantes, em 1938 foi fundado o Concilio Mundial de Igrejas (CMI), com o propósito de colocar sob uma mesma bandeira todos os segmentos do Protestantismo. Durante a reali­zação do Concilio Vaticano II, no período 1962/65, foi exaustivamente tratada a questão dos “irmãos sepa­rados” (os protestantes) e sugeridos os métodos de voltar a ajuntá-los num só rebanho. Este aspecto do Ecumenismo revela mais do que o anterior tanto a nulidade como o seu perigo.

O ponto mais alto da questão ecumenista proposta pela Igreja Ro­mana, consiste num fato de duplo aspecto: 1) Que as igrejas protestan­tes e ortodoxas se lembrem de terem deixado o catolicismo, pelo que de­vem voltar ao seio da “Igreja-Mâe”; 2) Que se submetam ao Papa de Roma como “único pastor”.

Perigo do comprometimen­to. Por todo o mundo onde o Conci­lio Mundial de Igrejas tem as suas filiais, os católicos-romanos e pro­testantes estão se aproximando cada vez mais, se unindo em muitos dos seus projetos e atividades da igreja. Hoje é muito comum se ouvir acerca de cultos e de outros eventos religiosos, celebrados por sacerdotes católicos e concelebrados poi pasto­res protestantes, e vice-versa.

UMA SOLENE ADVERTÊNCIA (1 Tm 6.3-6; 12-16).

Detectando os falsos teólogos. De acordo com 1 Timóteo 4.1, aban­donar a verdade e disseminar o erro, é muito mais que uma preferência pessoal. Aquele que assim age, está “dando ouvidos a espíritos engana­dores, e a doutrinas de demônios”. É aqui que se enquadram os neomodemistas. Mas como detectá-los? De acordo com 1 Timóteo 6.3-5, o falso teólogo é alguém a) que ensina outra doutrina que não aquela ensi­nada pelo Senhor Jesus Cristo, que é segundo a piedade; b) soberbo, dado a discussões fúteis que não le­vam a nenhum proveito.

Num verdadeiro desrespeito à Escritura, os liberais ou modernis­tas, dão a ela a interpretação que bem lhes convém. Chamam a isto emprego de “palavras- conotativas”, uma forma de “con- textualizar” a Escritura à realidade moderna. Exemplo: já não empre­gam a palavra “reconciliação” no sentido bíblico do homem reconci­liar-se com Deus. “Redenção” já não é empregada no sentido bíblico do homem ser salvo do pecado e do castigo eterno. Em vez disto, dão- lhe diferente “conotação”, e opinam que ela tem a ver com a melhoria so­cial e cultural da sociedade. “Mis­são” foi substituída por “diálogo”; enquanto que “conversão” é um conceito inaceitável.

Evitando os falsos teólogos. Os teólogos comprometidos com o neomodernismo, são pessoas que se deixaram enredar pela astúcia do Diabo, o pai da mentira. Por lhes faltar genuína conversão, falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Deus. Um boletim publicado pelo Concilio Mundial de Igrejas em uma grande cidade, para orientação de pregado­res de rádio, ilustra este ponto: “Os temas devem difundir amor, ale­gria, coragem, esperança, fé, con­fiança, boa vontade. Em geral, evite críticas e controvérsias. Na realida­de estamos ‘vendendo religião’. Por­tanto, preparar os cristãos para le­varem a sua cruz, sacrificarem-se e servirem, ou convidar os pecadores ao arrependimento, está fora de mo­da. Porventura não podemos, como apóstolos, convidar o povo a gozar dos nossos privilégios, fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?” (Citado de O PREÇO DO AVIVAMENTO, Publicação CPAD).

Ao crente fiel, porém, recomen­da o Espírito Santo através de Pau­lo no sentido do mesmo afastar-se dos falsos teólogos, militar a boa milícia da fé, tomar posse da vida eterna, e obedecer o mandamento do Senhor, mandamento sem mácu­la e irrepreensível (1 Tm 6.5,12,14).

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FONTE: LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – 1986

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