Questões que você precisa saber sobre o Céu

by @prflavionunes


Definição: Local central da habitação de Deus e a extensão invisível do seu domínio (Mt 12.50). O céu (Hb. shamayim ou Gr. ouranos) é representado nas Escrituras de três formas, sejam elas: atmosférico (Gn 1.20), espacial (Gn 1.17) e celestial (Is 66.1).

O céu é tanto o lugar para onde o nosso Senhor ascendeu (At 1.9-11) como o lugar para onde os salvos irão após o arrebatamento da igreja (ITs 4.16-17) e de onde virá o Senhor Jesus para julgar o mundo (Mt 16.26-27).

A BÍBLIA DECLARA QUE PARA O CÉU SÓ IRÃO 144.000 ESCOLHIDOS DA TERRA (Ap 7.4-8; 14.1-3)?

Não existe nenhuma base bíblica para afirmarmos que somente 144.000 irão para o céu. O próprio contexto de Apocalipse desfaz esta concepção equivocada por parte de alguns, quando declara que tanto os 144.000, quanto um outro grupo (a grande multidão Ap 7.9, 14-15) estarão “diante do trono” e diante do cordeiro (Ap 7.9; 14.3). A expressão grega que aparece em ambos os textos para se referir ao local em que estão é a mesma gramaticalmente (Gr. enópiom – “diante de”), e o contexto não nos permite acreditarmos que um local é literal e o outro não. Além disso, Apocalipse 7.15 afirma que o outro grupo (a grande multidão) adora a Deus em seu santuário, e o santuário de Deus se encontra no céu e não na terra (Ap 11.19). Temos pelo menos um outro texto bíblico no livro de Apocalipse que retrata um grupo que não é os 144.000 estando no céu (Ap.19.1).

POR QUE DAVI NÃO FOI PARA O CÉU APÓS A SUA MORTE (At 2.34)?

As Escrituras Sagradas afirmam no AT que antes da morte e ascensão do Senhor Jesus aos céus, todos os homens piedosos que serviram a Deus no passado, inclusive Davi, foram para o mundo espiritual (Hb. sheol e Gr. hades), onde aguardavam a “transferência” deste local para os céus após a ascensão de Cristo ao reino celestial, como profetizava o livro dos Salmos (SI 68.18 compare com Ef 4.7-9). Por isso, muitos homens piedosos desejaram ir para esse local por ocasião de sua morte (Jó [Jó 14.13]; Jacó [Gn 37.35]; Jonas [Jn 2.1-6] e Jesus [SI 16.10] – ver At 2.23-27]). Aquele era um local dividido em dois “compartimentos”: onde havia o “seio de Abraão ou paraíso” (onde ficavam os justos) e o local de tormento (onde ficavam os ímpios), como demonstra claramente a história do rico e Lázaro narrada em Lucas (Lc 16.19-31).

PASSAREMOS A ETERNIDADE NO CÉU?

As Escrituras Sagradas fazem diferenciação entre estar no imediatamente após a morte (Fp 1.23 – uma dádiva concedida som aos salvos em Cristo), ou após o período chamado de “arrebatamento” (1Ts 4.17), ou no estado eterno. Quando a Bíblia declara que os “mansos herdarão a terra” (SI 37.11), ela está mencionando um período transitório de tempo que os justos desfrutarão nesta terra na qual vivemos antes de se tornarem participantes da eternidade. O estado eterno é a consumação de todo o plano de Deus em relação aos que o amam e lhe são obedientes mas este estado não se restringe somente ao céu. A Bíblia declara de forma inequívoca que a eternidade será tanto num “novo céu” como “nova terra”, e não no céu somente (2Pe 3.12-13; Ap 21.1-4).

POR QUE JESUS DECLAROU QUE APESAR DE JOÃO BATISTA SER O MAIOR ENTRE OS NASCIDOS DE MULHER, ELE ERA MENOR EM RELAÇÃO AOS QUE ESTAVAM NO CÉU (Mt 11.11)?

João Batista ocupava uma posição proeminente em relação a todos os outros profetas que o Senhor Deus havia enviado como seus mensageiros e arautos (Lc 16.16), sendo inclusive o único profeta mencionado no NT (devemos lembrar que João viveu ainda no antigo concerto apesar de ter a sua história mencionada no NT – G1 4.4, 5) a ser profetizado no AT, além do Senhor Jesus (Ml 4. 5,6 compare com Mt 17.11-13), por isso Jesus proferiu tal declaração a seu respeito em (Mt 11.11).

O motivo pelo qual João foi considerado o menor em relação aos que estavam no “reino dos céus” foi o fato de que naquela ocasião, além de Deus, somente os anjos habitavam no céu, diante do Senhor, e a raça humana é inferior a estes seres por ter sido feita menor, e o “menor” anjo era maior do que João (SI 8.4, 5).

JESUS FOI IMEDIATAMENTE AOS CÉUS APÓS A SUA MORTE (Lc 23.43)?

Não. Apesar de Jesus ter usado a palavra “paraíso” em relação ao lugar que ele iria juntamente com o ladrão arrependido após a sua morte (Lc 25.43), Ele não tinha em mente a ideia de ir para o céu por aquela ocasião, visto que três dias após ter feito aquela promessa ao ladrão na cruz, Ele, ao aparecer ressuscitado, afirmou a Maria Madalena que não havia ainda subido aos céus (Jo 20.17-18). O contexto bíblico nos informa através da Epístola de Pedro (IPe 3.18-20) que após a morte do Senhor, Ele foi até o mundo dos mortos (Gr. hades) anunciar algo que não sabemos do local dos justos aos ímpios (que era separado por um grande abismo intransponível) denominado “seio de Abraão’ ou paraíso” pelos judeus da época (Lc 16.19-26). O fato de Jesus ter dito: “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46), não quer dizer que Ele imediatamente estava indo ao céu naquela ocasião. O salmista Davi usa a mesma expressão sem, contudo, acreditar que naquele momento estava partindo para o céu, mas sim que estava a sua vida sob o domínio de Deus (SI 31.5). Esta expressão é simplesmente uma evocação pela proteção divina.

Depois de sua ressurreição (quando retornou do mundo espiritual) permaneceu por um período de 40 dias entre os seus apóstolos e somente depois retornou aos céus (At 1.3, 9-11).

SE A INTENÇÃO DE DEUS ERA QUE O HOMEM VIVESSE NA TERRA POR QUE DESEJAR IR PARA O CÉU (Gn 1.28-29)?

A promessa de uma morada celestial para os salvos em Cristo não é baseada em um capricho humano de desejar ir para os céus, pois o próprio Senhor Jesus prometeu esta dádiva a todos os que cressem nele, quando declarou que a sua vontade era que onde Ele estivesse também estivessem não só os apóstolos, mas “todos” aqueles que o Pai os havia dado para que vissem a sua glória (Jo 17.18-20, 24). Deus desejava (e ainda deseja) muitas coisas boas para o ser humano que criou, mas este homem desviou-se destes objetivos quando pecou (Ec 7.29), confirmando a necessidade de Deus manifestar um novo pacto através do sangue de Cristo (1Co 11.25) com esperança não somente de um reino transitório terreno (duram “milênio” – SI 37.11), mas também celestial (Ap 19.1). As Escrituras Sagradas afirmam que o próprio Abraão esperava a cidade celestial (Hb 11.8-10).

A VIDA CELESTIAL, APRESENTADA NO NOVO TESTAMENTO, É UMA ESPERANÇA PARA TODOS OS CRISTÃOS?

Sim. Quando lemos a Bíblia em todo o seu contexto no NT notamos uma promessa celestial para todos os que creem verdadeiramente em Cristo. Jesus declarou que “todos” os que lhe foram dados pelo Pai (não só os apóstolos) estariam com Ele para sempre onde Ele estivesse (Jo 17.18-20, 24), e as Escrituras declaram que estaremos com o Senhor na eternidade, tanto num novo céu como numa nova terra (Ap 21.22-26).

JESUS FEZ MENÇÃO DE UM PEQUENO REBANHO QUE TAMBÉM SÃO AS OVELHAS DO SEU APRISCO, REFERINDO-SE A UM GRUPO SELETO QUE IRÁ PARA O CÉU ENQUANTO O OUTRO FICARÁ NA TERRA (Lc 12.32, Jo 10.16)?

A comparação que Jesus fez com os que o seguiam com um “pequeno rebanho de ovelhas” (Lc 12.32; Jo 10.16) não possui relação alguma com uma suposta classe diferenciada que habitará nos céus enquanto outra classe maior (“as outras ovelhas” – Jo 10.16) estará na terra. O próprio Senhor Jesus declarou que os salvos seriam poucos em comparação com a multidão de perdidos (Lc 13.23-25), e é por isso que ele chama aquele grupo de salvos de “pequeno rebanho”.

SE APÓS A MORTE OS SALVOS VÃO IMEDIATAMENTE PARA O CÉU EM ESPÍRITO, PARA QUE AGUARDAR A RESSUREIÇÃO E O ARREBATAMENTO?

A Bíblia afirma algumas vezes que os salvos em Cristo, por ocasião de sua morte, comparecem imediatamente à presença do Senhor (Fp 1.23-24; Ap 6.9-11). Os salvos que estão em espírito no céu, sem receberem um corpo glorificado na ressurreição, ainda não são participantes de toda a plenitude da salvação adquirida em Cristo, pois ainda não receberam um corpo semelhante ao do Senhor, no qual não há mais a “corrupção do pecado” que tanto nos limita (1Jo 3.2). A morte ainda tem de ser vencida, como o último inimigo, por ocasião da ressurreição dos corpos dos santos no arrebatamento da Igreja (Rm 8.10-11, 23-24; 1Co 15-25-26, 53-55).

A Bíblia declara que os espíritos dos salvos virão com o Senhor Jesus por ocasião da ressurreição de seus corpos (1Ts 4.14). Se não estivessem com o Senhor nos céus, como viriam em sua companhia?

TIVEMOS UMA EXISTÊNCIA PRÉ-MORTAL NOS CÉUS ANTES DE VIRMOS À TERRA ASSIM COMO JEREMIAS TEVE (Jr 1.5)?

A Bíblia, em nenhum texto, declara que temos algum tipo de existência pré-mortal, como se supõe com base em (Jr 1.5). O texto apenas menciona a capacidade de Deus de saber de todas as coisas de forma antecipada (onisciência), como é declarado no Livro dos Salmos (Sl 139.1-4). Portanto, Jeremias 1.5 não declara que o profeta conhecia o Senhor anteriormente em alguma existência passada e pré-mortal. Ele não declara que havia conhecido o Senhor, mas que Ele (O Senhor) conhecera antes mesmo de nascer.

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LIVRO: MANUAL DE RESPOSTAS BÍBLICAS, PAULO SÉRGIO BATISTA

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