O processo que Flordelis (PSD-RJ) vem sofrendo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados avançou um estágio com a leitura do relatório que recomendou a cassação de seu mandato.

O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do processo, leu na última terça-feira, 01 de junho, seu parecer a respeito de todos os depoimentos colhidos nos últimos meses, desde testemunhas até pessoas ligadas à investigação da Polícia Civil, como a delegada Bárbara Lomba, e recomendou a cassação de Flordelis.

De acordo com informações do jornal O Globo, os parlamentares integrantes do Conselho de Ética da Câmara deverão votar o relatório a partir da próxima terça-feira, 08 de junho. Se o pedido de cassação for aprovado, o próximo passo cabe ao plenário, já que todos os demais 512 deputados devem votar a favor ou contra Flordelis.

O mandato de Flordelis é alvo também de um pedido de suspensão, emitido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) há três meses. Acusada pelo Ministério Público de ter mandato matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, ela é ré na Justiça.

“Em fevereiro, o TJ-RJ determinou que ela fosse afastada. Questionada sobre a determinação da Justiça, a Câmara diz, via assessoria de imprensa, que ‘a decisão do TJ-RJ precisa ser submetida à apreciação do plenário’”, noticiou a jornalista Amanda Almeida, na coluna de Lauro Jardim.

“A construção da pauta de plenário é um processo de negociação coletivo, que ocorre por acordo entre os líderes e o presidente da Casa”, acrescenta a nota da Câmara dos Deputados, explicando o motivo de os parlamentares ainda não terem votado a suspensão do mandato de Flordelis, que – se aprovado – resultaria em sua prisão preventiva.

Questão de tempo

O cenário, segundo especialistas, é desfavorável para a deputada: em agosto de 2020 o jornalista José Maria Trindade, da rádio Jovem Pan, afirmou categoricamente que Flordelis perderá o mandato: “Ela não é a primeira deputada assassina da Casa”.

“Nós tivemos aqui o homem da motosserra. Hildebrando Pascoal, serrou com motosserra um rapaz adversário lá no Acre e veio correr na imunidade parlamentar. Os deputados naquela época, era só não dar licença [que] o Supremo não julgava. Preferiram cassar Hildebrando Pascoal e ele foi condenado a 103 anos de prisão”, disse, referindo-se ao deputado eleito em 1998 pelo PFL (atual DEM) e cassado no ano seguinte.

“Depois, o Talvane Albuquerque matou a deputada Ceci Cunha, do PSDB, uma pessoa maravilhosa, porque ele era suplente, para assumir a vaga dela. Um médico, acima de toda suspeita, foi preso e condenado a 130 anos de prisão. Então, sim, não são os primeiros casos. Esse caso de Flordelis fede. Se você olhar lá, os diálogos, aquela família de quase 50 pessoas, aquilo era tudo fachada, e sim, um grupo criminoso”, acrescentou Trindade.

Para ele, “o pastor acabou sendo vítima do que ele construiu em volta dele”, uma vez que as revelações dos bastidores do crime demonstram isso: “Ninguém constrói uma família e não conhece a família. Ela [Flordelis] vai ser cassada”, reiterou.





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