Trump anuncia alta médica e minimiza covid-19, que matou 210.000 nos EUA: “Não tenham medo”

by @prflavionunes

O médico de Trump, Sean Conley, durante o anúncio da alta nesta segunda.
O médico de Trump, Sean Conley, durante o anúncio da alta nesta segunda.Chris Kleponis / POOL / EFE

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu saltar todos os protocolos nesta segunda-feira e não esperar que sua equipe médica anunciasse sua alta médica. Via Twitter, claro, o presidente escreveu o seguinte: “Deixarei o hospital Walter Reed hoje às 18h30 (horário de Nova York). Me sinto muito bem! Não tenham medo da covid-19. Não deixem que domine a sua vida”, escreveu, apesar de mais de 210.000 norte-americanos terem morrido dessa doença, que contagiou mais de sete milhões nos EUA.

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Trump continuará em convalescença na Casa Branca, mas não se sabe se estará em quarentena ou se vai se relacionar com sua equipe. Ele não perdeu a oportunidade de se vangloriar e nessa mesma mensagem declarou que sob sua Administração medicamentos muito bons foram desenvolvidos. “Sinto-me melhor do que há 20 anos!”, disse, como se tivesse bebido da fonte da juventude em vez de ter sido submetido a um tratamento experimental agressivo.

Pouco depois do anúncio do presidente veio a tão esperada coletiva de imprensa de sua equipe médica, que mais uma vez voltou a pisar em ovos. Quando questionado por repórteres se tinha alguma preocupação em relação à evolução da saúde de Trump, o Sean Conley afirmou que sim, embora com muitas nuances. Para o médico do presidente, isso ainda está “em território inexplorado” porque não se sabe como um paciente que recebe tratamentos tão agressivos como os que Trump recebeu (incluindo um coquetel experimental de anticorpos) evolui em um estágio tão inicial da doença. Para Conley, será crucial que ele passe o próximo fim de semana evoluindo bem. Apesar de os jornalistas insistirem em saber qual foi o último teste negativo de Trump, Conley se recusou a responder, citando a proteção da informação.

O presidente Donald Trump queria retornar à Casa Branca no domingo, sem parecer se importar que teve que receber oxigênio na última sexta-feira e sábado e que estava sendo tratado com drogas que demonstram a gravidade da situação que está vivendo. Segundo fontes citadas pela CNN, “Trump estava farto do hospital” e, em sua opinião, isso o fazia parecer “fraco”. Talvez seja por isso que a Casa Branca embarcou em uma comunicação confusa sobre a saúde do presidente, cheia de contradições e que lhe rendeu críticas muito fortes. Somente pelo fato de ser um presidente viciado em holofotes e alheio ao bem-estar dos outros é que se pode explicar sua ousadia de dar uma volta vitoriosa de carro diante de apoiadores que o aclamavam no Hospital Militar Walter Reed, nos arredores de Washington.

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