A Bíblia – o Livro da Verdade

by @prflavionunes


Sendo que a igreja do Senhor Jesus Cristo está sofrendo os mais terríveis ataques por parte das seitas e heresias atualmente dissemi­nadas, urge estarmos revestidos de toda a armadura de Deus (Ef 6.10- 18), tornando-nos invulneráveis às “setas” dos falsos ensinos. Natural­mente a melhor arma de ataque é a defesa, e a melhor arma para com­bater o erro é a verdade. Esta verda­de é a Bíblia, a “espada do Espíri­to” (Ef 6.17), a qual é viva, eficaz e penetrante (Hb 4.12).

A UNIDADE DA BÍBLIA (2 Tm 3.14-17)

As Escrituras Sagradas. Se levarmos em consideração as dife­renças de atividades dos escritores da Bíblia, as condições em que es­creveram os seus livros, e as cir­cunstâncias às quais estavam sujei­tos, a conclusão a que chegamos é que a existência da Bíblia é um verdadeiro milagre.

Apesar da maneira suave que esta informação soa ao nosso ouvi­do, e do fato de a aceitarmos sem questioná-la, jamais esqueçamos de que as Escrituras, desde os mais re­motos tempos, sempre teve terríveis inimigos dispostos a destruí-las e a apagá-las da mente e do coração dos salvos.

Paulo e Timóteo viveram numa época de farta cultura. Numa época em que a cultura grega começava a fenecer, mas ainda conservava mui­to do vigor primitivo. Desse modo, entre os sábios e filósofos daquela época, houve uma arregimentação de forças, no sentido de desacreditar as Escrituras hebraicas, o que chama­mos Antigo Testamento, a Bíblia da Igreja primitiva. Mas Timóteo, ao contrário desses filósofos seus con­temporâneos, era um homem ins­truído, como diz 2 Tm 3.14, “intei­rado” no conhecimento da Palavra de Deus.

Diferente dos falsos mestres do seu tempo, Timóteo foi ensinado no lar e na sinagoga a depositar toda a sua confiança nas Escrituras Sagra­das, como elemento revelador de Cristo, o Messias prometido por Deus.

As Escrituras são inspira­das por Deus (2 Tm 3.16,17). Que vem a ser inspiração divina em rela­ção às Escrituras? Inspiração divina é a influência sobrenatural do Espí­rito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro.

A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois a conheci­da expressão: Assim diz o Senhor, – qual carimbo de autenticidade divi­na – ocorre mais de duas mil e seiscentas vezes nos seus sessenta e seis livros, isso, além doutras expressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos escritores da Bíblia (Ez 11.5; 2 Cr 20.14; 24.20).

A SUPERIORIDADE DA BÍBLIA (2 Pe 1.19-21)

Quando comparada com os li­vros escritos pelos sábios deste mundo, a superioridade da Bíblia se destaca, sobretudo, por ser ela fruto da mente de Deus e não da mente do homem. Isto é o que textualmen­te diz 2 Pedro 1.20,21.

A Bíblia é um livro impar­cial. Se a Bíblia fosse um livro ori­ginado pelo homem, não poria a descoberto as faltas e falhas do ho­mem. O homem, com todo o egoís­mo que lhe é comum, jamais escreveria um livro como a Bíblia, que dá toda a glória a Deus e que revela a fraqueza humana. Note que a Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22), como mostra seus peca­dos, como vemos nos livros de Reis, Crônicas e Salmos.

A Bíblia nos faz diferentes. O mundo hoje é melhor devido a in­fluência da Bíblia. Mesmo os inimi­gos das Escrituras admitem que ne­nhum outro livro em toda a história da humanidade tem exercido sobre o indivíduo poder transformador tão grande quanto a Bíblia. Com isto concorda o Dr. F.B. Meyer, fa­moso comentador devocional da Bíblia: “O melhor argumento em favor da Bíblia, é o caráter que ela forma.”

Uma rápida olhada na história de grandes povos do passado, povos que rejeitaram a revelação de Deus através da sua Palavra, nos ajudará compreender o valor do Livro San­to, e nos levará a agradecer a Deus por no-la revelar através da pessoa de Jesus Cristo, o seu amado Filho.

A Bíblia é digna de confian­ça (2 Pe 1.16,18). Nestes dois versí­culos, o apóstolo Pedro se reporta à transfiguração de Cristo, para pro­var que as Escrituras não são produ­to dos caprichos do homem, mas sim de sólidos fatos. Suas afirma­ções e verdade estão enraizadas em fatos históricos, comprovados e aceitos pela fé, e não em fábulas, mitos ou lendas, como era o caso das religiões professadas na Grécia, Egito, Babilônia, índia, e tantos ou­tros lugares. Pedro, assim como os primitivos discípulos de Jesus, era testemunha ocular da majestade de Cristo e dos demais fatos e relatos testemunhados por ele (1 Jo 1.1-3; 1 Co 15.4,7; Lc 1.2). Note que Pedro reconhece toda a Escritura como “a palavra dos profetas, à qual bem fa­zeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (2 Pe 1.19).

Pedro emprega a expressão “es­trela da alva” (phosphoros, no gre­go) para indicar simbolicamente a luz do conhecimento espiritual que ilumina os nossos corações. Alguns comentadores são da opinião que a expressão “estrela da alva”, tem a ver com o planeta Vênus, aquela es­trela brilhante que na madrugada se levanta no nascente, indicando que o dia logo há de raiar.

Quem segue a Cristo, o nosso fulgurante “Sol da Justiça”, terá a aurora do conhecimento divino em seu coração, como também o fulgor do pleno dia. Este é o grande alvo da Bíblia: tornar Cristo real em nós, e mostrar-nos a sua glória.

A MENSAGEM DA BÍBLIA (Mt 5.17,18; Jo 5.39,45-47)

As Escrituras cumpridas em Cristo. Em seu famoso Sermão da Montanha, Jesus declarou que o seu propósito não era destruir a Lei e os Profetas, isto é, o Antigo Testa­mento, mas sim cumpri-los. Dentre outros pontos, neste ponto especifi­camente, Cristo se destacou dos mestres dos seus dias. Isto é, Ele não apenas interpretou a Lei e os Profetas, Ele os cumpriu em si mes­mo.

Os rabis limitavam a obediência ao mandamento sobre matar al­guém, ao estrito ato de homicídio. Jesus, porém, ensinou que a melhor maneira de evitar o homicídio, é evitar a ira contra o semelhante, e procurar reconciliar-se com o irmão ofendido, o mais cedo possível (Mt 5.21-24). Jesus também mostrou a atitude divina quanto ao adultério, ao divórcio, ao juramento, e outros assuntos relacionados com a aplica­ção da justiça.

Tomando o Senhor Jesus como aquele em quem as Escrituras se cumprem fielmente, isto o faz o centro da Bíblia. Deste modo os ses­senta e seis livros da Bíblia, quanto ao tempo, incluem a Cristo nas se­guintes fases da história da reden­ção:

  • Preparação. Todo o Antigo Testamento, tratando do advento de Jesus Cristo, o Messias de Deus.
  • Manifestação. Os Evange­lhos, os quais tratam da encarna­ção, manifestação e vida de Jesus Cristo.
  • Explanação. As Epístolas, as quais explanam a doutrina de Cris­to.
  • Consumação. O Apocalipse, o qual trata da consumação de todas as coisas preditas através de Jesus Cristo.

As Escrituras testificam de Cristo. Aos líderes religiosos de Is­rael que censuraram a Jesus por ha­ver operado um milagre no dia de sábado, respondeu-lhes Ele: “Exa­minais as Escrituras, porque vós julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39). Note que Jesus não os acusa de negligência no manuseio das Es­crituras, porém denuncia o fato de­les não identificarem a Cristo como aquele para o qual os tipos e ele­mentos do culto e do tabernáculo judaicos, apontavam, e sobre quem os profetas do Antigo Testamento falaram. Eles conheciam a letra do Antigo Testamento, porém não percebiam que a sua mensagem dizia respeito a Jesus Cristo, o Messias prometido. Se à simples leitura das Escrituras eles associassem a pieda­de das Escrituras, teriam reconheci­do que a ação daquele que fez o tempo e os dias da semana, trans­cende ao tempo. Isto é, não se pode fazer escravo do sábado aquele que definiu a si mesmo como “o senhor do sábado” (Mc 2.28).

Por fim, Jesus põe, a descoberto, a hipocrisia dos líderes religiosos de Israel, dizendo que eles não criam nem mesmo em Moisés, cujo teste­munho usaram contra Jesus.

Disse Jesus que se os líderes reli­giosos de Israel realmente cressem em Moisés, creriam também nEle como o Messias prometido, pois, profeticamente, acerca dEle, disse Moisés: “O Senhor teu Deus te des­pertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvi­reis… Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu; e porei as minhas palavras na sua bo­ca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt 18.15,18).

Em Cristo ambos os Testa­mentos se completam. No que diz respeito à obra da redenção, Jesus cumpriu todas as profecias do Anti­go Testamento e deu a sua aprova­ção às mesmas. Contrário à opinião de alguns, o Antigo Testamento não foi substituído pelo Novo, tampou­co este abole aquele. Ambos são parte integrante de um todo.

A EFICACIA DA BÍBLIA (SI 11,105; Hb 4.12)

A Palavra de Deus deve estar entesourada no nosso coração, assim como os grandes magnatas deste mundo guardam as suas grandes fortunas nos bancos de sua confian­ça. Se o nosso coração estiver aberto a fim de que a Palavra “viva” e “efi­caz” nele encontre abrigo, sem dú­vida alguma viveremos vida de dis­cernimento no nosso andar diário com Deus.

A Palavra, um guia fiel. É extremamente salutar saber que nos momentos de grandes decisões na vida, podemos confiar na orientação segura dada pela Palavra de Deus. Não estamos falando das populares “Caixa de Promessas”, geralmente preferidas por crentes espiritualmente preguiçosos, aqueles que já não dão tempo para a leitura e estu­do sistemático do todo das Escritu­ras.

A Palavra, um aliado eficaz. A Palavra de Deus provê socorro se­guro na hora da aflição, e se consti­tui em firme âncora quando o nosso barco sofre em meio às borrascas da vida. A Epístola aos Hebreus asse­gura que a nossa fé na Palavra de Deus nos propicia descanso e sosse­go no seio suave de Cristo.

A Palavra de Deus é viva e eficaz na sua ação, por ser ela “mais pene­trante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do cora­ção” (Hb 4.12).

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LIÇÕES BÍBLICAS – CPAD – 1986

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